Quão sustentável realmente é a produção de seda

Thomas e Antônio 

A seda é produzida a partir da secreção do bicho-da-seda (Bombyx mori). Ao formar um casulo para sua metamorfose, produz uma secreção ótima para tecidos, devido sua resistência, extensibilidade e absorção de energia em ruptura. Uma lagarta é capaz de produzir centenas de metros de fio.  

Esse é um fio caro, de alta qualidade, utilizado principalmente na confecção de tecidos e vestuários. Se analisou, nesta pesquisa, a sustentabilidade da produção de vestimentas de seda. 

Etapas de produção 

A primeira etapa da produção é a manutenção do ovo da lagarta num ambiente controlado. A fêmea deposita entre 300 e 400 ovos, e morre logo após. Quando cresce completamente, deixa de comer e começa a construção de seu casulo. 

Figura 1. Ciclo de vida de B. Mori. Disponível em http://tede.unioeste.br/bitstream/tede/658/1/Dissertacao%20-16.pdf

 Existem vários tipos de bosques (suportes para o inseto tecer o fio) utilizados para o encasulamento, e os casulos defeituosos são encontrados em mesas especiais que produzem luz. Em 12 dias, os casulos são seccionados e pesados. Na hora em que a lagarta vira mariposa, ela umedece a casca do casulo para facilitar o rompimento, e nesse momento, ela é sacrificada através da secagem, onde retiram a umidade do casulo, para evitar o rompimento e danificação desse. A secagem dura em torno de 3 horas. Posteriormente, são selecionados e mergulhados em água quente para facilitar o aproveitamento do fio. No final, os casulos são selecionados novamente, e os de qualidade são usados em roupas, enquanto outros são utilizados em outros produtos. 

Consumo de Água 

Uma das indústrias que mais afeta a água com o descarte incorreto de resíduos químicos poluentes é a da moda. Uma quantidade absurda de água é gasta, e é chocante pensar sobre isso, ainda mais porque somente 2.5% da água no planeta é potável e 0.3% disponível para humanos. O processo de tingimento inutiliza uma quantidade extrema de água potável. A água também é utilizada para ferver os casulos das larvascomo é dito no texto: O processamento do casulo inicia-se com os mesmos, passando pela secagem, para retirar a umidade e garantir condições adequadas para o armazenamento, por um ano, geralmente. Posteriormente, ocorre um processo de seleção, para separar os casulos defeituosos. Após essa etapa, os casulos são mergulhados em água quente. (CUNHA, 2007). Uma grande quantia de água também é utilizada para cultivar as plantas que servem de alimento para as larvas. 

Mão de Obra e Relações de Trabalho 

A sericultura pode ser realizada em áreas inferiores a 10 hectares (0,1 km²) 

Figura 2. Área necessária para se ter uma fazenda vs. para sericultura

e pode ser utilizada a mão de obra familiar. Realizado um estudo em uma propriedade em Quatá (SP), dado 51,5% do Custo Operacional Efetivo (composto por mão de obra, insumos e energia elétrica) e 35,5% do Custo Operacional Total resultante das despesas com depreciação de máquinas e equipamentos, despesas administrativas e juros de custeio, obteve-se um Índice de Lucratividade superior a 50% e taxa de retorno de 9,68%, o que torna a atividade rentável, já que o lucro é proporcional a melhores índices de produção e o retorno é rápido. (Omar Jorge Sabbag; Daniel Nicodemo; José Eduardo Martins Oliveira, 2013) 

Figura 3. Antônio Dosso (à esquerda) trabalha com sericultura junto de sua família. Disponível em: Assessoria de Comunicação da UEM e Larissa Grizolli / https://www.comprerural.com/a-arte-da-sericicultura-ganha-espaco-no-pais/

Há uma relação desigual entre empresa e produtores. Os produtores não têm controle sobre a forma de produzir e o preço da produção é estipulado pela empresa a partir da avaliação da qualidade dos casulos, realizada a partir de critérios estabelecidos unilateralmente pela empresa (PAULINO, 2003). 

É possível perceber que as empresas que compram os casulos decidem os preços deles, o que é um grande problema. Não existe regulamentação para a qualidade de tais casulos, o que significa que o produtor pode ser pago muito menos do real preço desses. 

“O aumento da taxa de lucro, que se dá pelo não pagamento da mão de obra do trabalho de toda a família, é outro elemento que favorece as empresas (OLIVEIRA, 1990; PAULINO, 2003). 

Como as empresas se beneficiam não pagando a mão de obra familiar, os produtores sofrem na mão delas. Não tendo um real vínculo trabalhista, não recebem pagamento de horas extras, trabalho noturno, férias, 13º salário, vigilância da saúde e segurança. As larvas também consomem mais e mais comida de acordo com seus estágios, chegando a comer 7 vezes por dia. Isso traz uma sobrecarga física aos trabalhadores na última semana de produção. 

Concluindo, o produtor da seda não possui boas relações de trabalho e a legislação não o protege. 

Impactos da produção 

Nesse processo, muitas vezes é produzida a seda residual, imprópria para a indústria, mas que pode ser utilizada em processos manuais de confecção, e vem ganhando seu mercado. Praticamente toda seda produzida é vendida, então isso não é particularmente um problema. O único problema é o tingimento dos tecidos, um dos principais fatores poluentes da água no mundo, que deixa resíduos na água potável, tornando-a não potável. 

Figura 3. Tingimento das roupas resulta na poluição da água. Disponível em: Gigie Cruz-Sy – Greenpeace / https://www.sustainyourstyle.org/old-environmental-impacts

A poluição está muito presente na produção de tecidos de seda, embora a maioria não seja em grande escala. Por exemplo, o transporte, tanto dos casulos, dos fios já confeccionados, dos tecidos das folhas de amoreira, utiliza veículos motorizados, o que causa poluição no ambiente pela liberação dos combustíveis fósseis. Os agrotóxicos que são utilizados para o crescimento das amoreiras poluem o solo, água e ar. O processo de tingimento dos tecidos, que como já citado nos parágrafos anteriores, causam aproximadamente 20% da poluição dos oceanos. 

Esgotamento dos recursos naturais e poluição 

A produção da seda, em si, é considerada “sustentável”. Todos os recursos utilizados são produzidos ao invés de retirados da natureza e não há processos muito poluentes. O único problema, como já citado, é a inutilização de água potável devido ao tingimento. 

A produção de tecidos, tanto os de seda como qualquer outro, sempre vêm com as suas consequências, causando várias transformações no ambiente, e estas servem de provocação para que grande parte da sociedade lute por um método de produção que menos prejudique o meio ambiente em questões de poluiçãoNas paisagens, por exemplo, podemos ver mais fazendas que cultivam amoreirasOu então na sociedade atual, em que algumas pessoas de classes sociais mais altas acabam usando vestuários de seda como uma forma de demonstrasua riqueza  

Após todas essas informações presentes no texto, e depois de uma breve discussão, concluímos que a produção de seda, em si, é relativamente sustentável. Durante seu processo de produção, não se vê nada que gaste muita energia. O real problema está presente no processo de tingimento dos tecidos, e na exploração dos direitos trabalhistas. 

 

Fontes de pesquisa:  

Estudo indica bactéria que compensa biodegradabilidade para embalagens e outros materiais

Arthur Souza e TomásGirard 

Publicado 19 de Novembro, 2020

 

As informações presentes no texto são resultado de pesquisas sobre os impactos da produção de embalagens e materiais biodegradáveis. Apresentando, etapa por etapa, a diferença entre polímeros biodegradáveis e polímeros plásticos descartáveis, exaltando suas contribuições ou desfavores ao meio ambiente. 

Atualmente, o consumo de matéria prima não renovável vem se intensificando ao redor do mundo.Combustíveis fósseis conquistaram o mercado e com sua extração excessiva, problemas como aquecimento global e contaminação do meio ambiente alarmam a sociedade e exigem mudanças no consumo, na economia e na ciência. Em 2007, um grupo de pesquisadores do Departamento de Microbiologia da USP publicaram um artigo que abordava uma pesquisa sobre os diferentes meios de alcançar a biodegradabilidade no desenvolvimento de embalagens.  

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Por trás da prática de produção 

 

Assim como as embalagens genéricas, embalagens biodegradáveis também são produzidas em fábricas, lugar conveniente para fabricação de produtos. No início da produção, as embalagens ainda são como polímeros comuns que não podem ser descartados em ambientes naturais, porém, após passarem pela segunda fase da indústria, recorrem aos laboratórios e áreas especializadas onde há o acréscimo da poli-hidroxialacanoatos (PHA), bactéria que providencia o fator biodegradável e renovável.  

Dessa forma, o plástico que atua como matéria prima da embalagem adquire propriedades sustentáveis e passa a ser o que denominamos de bioplástico ou plástico verde. 

Acima de tudo, é preciso ter certeza de que o material pode ser decomposto no meio ambiente, para isso são realizados alguns testes de biodegradabilidadeem uma das etapas de produção. Uma das formas de avaliação do produto consiste na medida quantitativa da conversão do carbono presente no PHA em gás carbônico, transformação química que ocorre por conta de um conjunto de bactérias no ambiente. 

Grânulos de polímero biodegradável do tipo poli-3-hidroxibutirato (P3HB) no interior de bactérias (preparação e fotomicrografia eletrônica realizadas por Rita de Cássia Paro Alli, Agrupamento de Biotecnologia, DQ, IPT) Fonte: SILVA, L. e outros (ver referências bibliográficas)

Da indústria ao comércio 

 

As características de produção apresentadas no tópico anterior influenciam e moldam a forma como as embalagens biodegradáveis serão comercializadas. O processo pelo qual o produto passa até ser disponibilizado para entrega faz com que aqueles que estiverem administrando os esquemas de produção e comercialização exijam um valor maior em relação às embalagens convencionais.  

Outro fator que mede o valor adequado para o comércio desses polímeros biodegradáveis é o tratamento especializado que o produto deve receber. Esse procedimento é essencial para que os polímeros adquiram as características que o classificariam como biodegradável (biodegradabilidade e renovabilidade).  

No entanto, a adição de bactérias e outras substâncias no produto incluem um número maior de instituições que participam da produção das embalagens (maior mão de obra), exigindo um maior lucro para atender e remunerar a contribuição de todos. 

O descarte de um produto normalmente representa a última etapa da comercialização, até porque após o uso de determinada embalagem não se tem nada a fazer com ela, a não ser jogá-la no lixo. Isso não se aplica a polímeros biodegradáveis e renováveis que, ao contrário de embalagens genéricas, podem ser depositados na natureza, onde serão decompostos e degradados, o que representa um grande acréscimo positivo ao descarte desses produtos biodegradáveis. 

Dirigindo-se à questão optativa de qual material seria mais adequado para explorar a biodegradabilidade, o Prof. e Dr. José Carlos Pinto da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) defende o investimento no bioplástico. “Os ecologistas se equivocam quando tratam o material plástico como lixo. É necessário que todo resíduo seja tratado como matéria-prima. Todo material plástico é, potencialmente, reciclável e reutilizável”, apresenta o professor-diretor. 

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Funções- Vantagens e Desvantagens  

 

Para compreender a forma como essas bactérias se relacionam com a biodegradabilidade, é necessário que ampliem o olhar sobre o processo de decomposição das embalagens. É datado que o resultado da degradação de produtos biodegradáveis na natureza se dá por um ou mais mecanismos enzimáticos presentes nos microrganismos, que despedaçam os resíduos biodegradáveis, separando-os e quebrando seus grupamentos atômicos em partes menores, mais facilmente decompostas. 

Optar por embalagens biodegradáveis inclui inúmeras vantagens destinadas ao consumidor e, principalmente, ao meio ambiente, como por exemplo, é capaz de ser decomposta naturalmente o que permite o descarte em ambientes especializados, além de serem constituídas por matéria prima renovável que se torna cada vez mais conveniente nos dias atuais. Ainda assim, existem desvantagens no consumo dessas embalagens, como dito nos parágrafos de “Por trás da prática de produção”, o processo pelo qual esses produtos passam incluem diversos laboratórios, fábricas e instituições, exigindo uma enorme mão de obra e consequentemente liberando uma enorme quantidade de poluentes.  

Há a possibilidade do produto ser descartado meio a um habitat animal, muitas vezes servindo de alimento para diversas espécies, gerando problemas de saúde e ameaças a esses seres vivos. Poconta disso, o descarte costuma ser feito em usinas de compostagem, onde há condições adequadas de luz, umidade, temperatura e quantidade correta de micro-organismos, para que o descarte não gere prejuízos à natureza. Outras pesquisas apontam que há substâncias e materiais que não precisam ser decompostos em usinas, porém não há registros de que a poli-hidroxialcanoatos se aplique a essa categoria. 

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A partir desses estudos, pode-se observar a evolução ocorrida no país em relação ao desenvolvimento de tecnologia e conhecimento científico relativo à produção de poli-hidroxialcanoatos (PHA) e sua utilização como polímero biodegradável e biocompatível. 

Uma análise deste conhecimento acumulado no país permite apontar, como alvo atual, o controle de diferentes aspectos de PHA para, entãoserem produzidos polímeros sob medida para aplicações estratégicas, aderindo a condições sustentáveis. 

O processo e as etapas pelo qual essas embalagens passam são essenciais para entendermos a importância desses produtos para o ambiente. Ainda se relacionam com a forma como iremos consumir nas próximas décadas e qual será o nível do impacto sustentável desses polímeros. 

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Referências utilizadas 

Artigo do centro do Departamento de Microbiologia da USP no acervo online da SciELO: 

Produção biotecnológica de poli-hidroxialcanoatos para a geração de polímeros biodegradáveis no Brasil 

Luiziana Ferreira da Silva; José Gregório Cabrera GomezI; Rafael Costa Santos RochaII; Marilda Keico TaciroII; José Geraldo da Cruz Pradella – Depto de Microbiologia da USP 

Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422007000700040&script=sci_arttext&tlng=pt  

Acessado 03/11 

Tópicos destacados- “Introdução”, “Testes de Biodegradabilidade” e “Comentários Finais e Perspectivas. 

 

Consumo de carne bovina pode trazer doenças e problemas ambientais

 Teresa Shitara Schützer e Rodrigo Nemi Porta 

A carne bovina é a mais consumida no mundo, e, no Brasil, não é diferente. Ela está presente na mesa e no gosto dos brasileiros, aquecendo a economia e, principalmente, o agronegócio do país. No entanto este texto tem o objetivo de apresentar os impactos causados pela produção de carne, não só no meio ambiente, como na saúde também. 

De acordo com Angélica Simone Cravo Pereira, na indústria de alimentos, o processo deve ser definido como qualquer alteração nas propriedades propositalmente induzida por meios físicos, químicos ou biológicos. Pesquisamos e chegamos à conclusão de que o processo é responsável pela emissão de gases, causando mais problemas, citaremos ao longo do texto. Em relação a carne, variam os tratamentos, com efeito na natureza do produto cárneo, como nos cortes, na embalagem, etc 

O site Embrapa citou que 80% da carne bovina consumida pelos brasileiros é produzida no nosso próprio país – o parque industrial para processamento tem capacidade de abate para quase 200 mil bovinos por dia. A exportação de carne bovina já representa 3% das exportações brasileiras e um faturamento de 6 bilhões de reais, o que é uma quantia muito grande. 

Fonte: Farmnews.com.br

De acordo com Sérgio Rivero, Doutor em Ciências Sócio Ambientais do Centro de Pesquisas Econômicas da Amazônia (CEPEC-UFPA)Na Amazônia Brasileira a principal atividade responsável pelo desmatamento é a pecuária. Este trabalho analisa a evolução das causas imediatas do desmatamento da Amazônia, utilizando-se de regressões lineares com dados em painel. O modelo avalia a contribuição dos principais usos do solo na região ao desmatamento, de 2000 a 2006. Dados do PRODES de desmatamento, o número de cabeças bovinas de 782 municípios da Amazônia e área plantada de culturas perenes e temporárias foram utilizados para essa análise. O resultado mostrou que o desmatamento é fortemente correlacionado com a pecuária. 

Ao longo da última década, diversos estudos relacionaram o consumo de carne vermelha em excesso ao aumento dos riscos de doenças do coração, como infarto e insuficiência cardíaca, pressão alta, e de câncer, principalmente de intestino, por conter quantidades excessivas de gordura. Antes e após o cozimento, a gordura permanece entre as fibras musculares, o que se torna prejudicial à saúde. Uma curiosidade importante é que 70% das doenças modernas são de origem animal, afirma ONU.  

De acordo com GreenPeace, outra consequência que a produção de carne traz é a emissão de gases poluentes, um dos fatores que ajuda com que o aquecimento global aconteça mais rapidamentePor isso, seriam necessários limites dessa produção para a preservação de nossas florestas, o incentivo à agricultura familiar e a manutenção do clima. 

Esse mesmo site também nos informa que há uma solução para resolvermos este problema da emissão de gases. Eles fizeram e publicaram um relatório recomendando a redução de 50% no consumo de carne e derivados até 2050. A mudança começa no consumo individual, porém, o papel mais importante cabe aos grandes produtores, em assumirem o compromisso com uma produção menos impactante ao meio ambiente e uma relação mais honesta e transparente com seus consumidores. 

Afinal, a carne é prejudicial em muitos quesitos, doenças, crueldade com os animais, desastres ecológicos, desmatamento e pastagem entre outros e ao mesmo tempo é indispensável para muitos sereshumanos. O consumo de carne excessivo pode provocar todos esses transtornos, cabe a população rever o que é melhor não só para si mesmo, mas para todos. 

Referências utilizadas 

Fábrica de computadores e o avanço da indústria 4.0

              Por Tom, Matias, Felipe Lago e Rafael   

  Após a pesquisa em variadas fontes e artigos, este texto apresentará diversas informações importantes e muito significativas do funcionamento da indústria de informática no Brasil: desde etapas para a fabricação de um computador, relação de trabalho entre os funcionários e a empresa, a indústria 4.0 e até todos os impactos desse tipo de fábrica no meio ambiente, sobrecarga de pilhas e baterias, materiais para a produção das máquinas e outras implicações. 

  A indústria de informática é o termo usado para designar as empresas relacionadas com o desenvolvimento de software de computadores, projetar hardware e infra estruturar redes de computadores, fabricação de componentes de computador e prestação de serviços de tecnologia da informação. 

Trabalhadores de uma linha da fábrica de informática da Positivo. – Fonte: TecMundo

 

Para confeccionar computadores, é preciso passar por muitos processos e fases, desde a produção do software, testes da funcionalidade do produto em fábricas e laboratórios, linha de montagem, que exige uma grande quantidade de funcionários, e até o estoque. 

 

TRATAMENTO DAS EMPRESAS COM SEUS FUNCIONÁRIOS 

  De acordo com a revista de sociologia Contemporânea, da UFSCar (faculdade federal de São Carlos), que investigou uma empresa do Paraná, o setor de informática é “composto por um pool1 de trabalhadores que recebem baixas remunerações, se consideradas as qualificações e habilidades exigidas, desenvolvem trabalho intenso e submetem-se, muitos deles, a relações contratuais inseguras”. Além disso, os funcionários falam que existe desregulamento e flexibilizações da lei trabalhista. Mesmo que isso só tenha sido investigado em uma empresa do Brasil, no Paraná, esse tipo de infração acontece em todo o país. 

1Pool = grupo 

UFSCar- Universidade Federal de São Carlos

INDÚSTRIA 4.0 

  A indústria 4.0 é aquela que busca substituir a mão de obra humana por máquinas, com exceção dos trabalhos que exigem uma alta capacidade intelectual. Ou seja, além dos funcionários serem tratados do modo descrito anteriormente, eles também correm o risco de perder seus empregos em um futuro próximo. Mesmo que seja muito lucrativo para a empresa, substituir a mão de obra humana significa diminuir consideravelmente a quantidade de vagas de empregos no Brasil, que já é um país que sofre muito com esse problema: para ter noção, estudos da UnB apontam que mais de 54% dos empregos formais do Brasil podem ser substituídos por máquinas até 2026. Esse dado representa mais de 30 milhões de pessoas. 

 

EVOLUÇÃO OU INVOLUÇÃO 

  Nas últimas décadas, as pessoas começaram a entender a importância de preservar o meio ambiente para a manutenção da Terra. E foi bem nesse momento que surgiu a nova revolução industrial, a famosa indústria 4.0. Assim, foram criadas preocupações e necessidades de fazer essa evolução de forma sustentável, sem prejudicar tanto o meio ambiente. 

  Apesar disso, essa “evolução” não é tão sustentável quanto parece, trazendo novos problemas, que necessitam ser debatidos, abordando ações pontuais para lidar com a situação. Um desses problemas é que há uma quantidade de dispositivos que possuem displays, baterias e processadores que são compostos por metais raros, como gálio e cobalto, cada vez maior. Outro fator que chama a atenção para esse assunto é a impossibilidade de reciclar os componentes, graças à diminuição dos dispositivos, coisa que os torna descartáveis. 

     Principais metais presentes nos equipamentos eletrônicos 

Fonte: Adaptado de Ambiental Sustentável (2012) e Greenpeace (2007).

 Mesmo esses metais sendo usados em pequenas quantidades, o grande número de smartphones, tablets, computadores e outros aparelhosevidencia uma situação preocupante. Segundo dados divulgados pela Cisco, “o Brasil terá mais de 720 milhões de dispositivos conectados em 2022, o que representaria, hoje, cerca de três aparelhos por pessoa.” Multiplicando esse número em escala global, a quantidade é muito relevante e tem seus efeitos no meio ambiente. 

Acompanhe o gráfico a seguir: 

Total de lixo eletrônico gerado por cada país em 2012 

Fonte: Iniciativa StEP.

 

Pode-se concluir que as indústrias 4.0 têm alguns lados bons, mas também grandes lados ruins para o meio ambiente e para o mercado de trabalho. Como foi dito anteriormente, é possível que até 2026 mais de 30 milhões pessoas percam seus trabalhos por máquinas. Além disso, a indústria 4.0 aumenta o número de lixo eletrônico no mundo, algo muito preocupante para a Terra e para o meio ambiente. Ou seja, para que essa evolução industrial aconteça, é necessário arranjar outros tipos de empregos para as pessoas que estivessem perdendo e colocar, como preferência, minimizar os impactos ambientais.  

 

 

FONTES DE PESQUISA 

  •   Gestão de resíduos eletroeletrônicos e seus impactos na poluição ambiental: produzido por Anna Flávia de Oliveira Lima, Rodolfo José Sabiá, Raimundo Nonato Pereira Teixeira, Francisco de Assis Vilar Sobreira Júnior  

                 Acesso em: https://www.lajbm.com.br/index.php/journal/article/view/256 

 

  •   A relação entre indústria 4.0 e sustentabilidade (o/a autor/a decidiu não creditar a pesquisa. Nela, consta: “Escrito por Redação”.) 

               Acesso em:  https://rmai.com.br/a-relacao-entre-industria-4-0-e-sustentabilidade/#:~:text=Especialistas%20apontam%20a%20extra%C3%A7%C3%A3o%20de,restringem%20ao%20port%C3%A3o%20da%20f%C3%A1bri 

  • Artigo feita pela revista Contemporânea da UFSCar: Trabalho e trabalhadores na indústria de informática  

             Produzido por: Maria Aparecida Bridi e Benilde Lenzi Motim 

  • Como funciona uma fábrica de computadores?                                                                     Pesquisa realizada pela TecMundo– produzido por: Vinicios Karasinki 

            Acesso em:  https://www.tecmundo.com.br/hardware/41391-como-funciona-uma-fabrica-de-computadores-e-tablets-.htm 

  • O futuro do trabalho com a indústria 4.0                                                                               Feito pelo diário do comércio- produzido por Marcello Medina 

            Acessado em: https://diariodocomercio.com.br/exclusivo/o-futuro-do-trabalho-com-a-industria-4-0/ 

Os impactos ambientais da suinocultura

Luiza Mudrik & Júlia Manzoli – 8ºA 

 

Quando se fala sobre carne e seus impactos, tanto positivos quanto negativos no mundo, a primeira coisa que vem à mente, normalmente, é a carne bovina, depois, a carne de frango ou de peixes.  

É comum esquecer da carne suína, isto é, a carne dos porcos. Nunca se pensa e analisa os impactos que a produção dessa carne gera no nosso planeta. Em função disso, a pesquisa realizada aborda três países: a Alemanha, os Estados Unidos da América, e, é claro, o Brasil.  

De acordo com Elise Thoms, Luciane Silvia Rossa, Evelyn von Rosen Stahlke, Isabelle Dangui Ferro, Renata Ernlund Freitas de Macedo da Revista Acadêmica Ciência Animal, a carne suína tem um enorme valor nutricional e sensorial, e, por isso, é a mais consumida no mundo -e é a mais utilizada para a fabricação de derivados. Isso se deu por causa de uma enorme crise na Europa. Como a fabricação de carne suína era muito mais barata do que a de carne bovina (entre outras), começaram a utilizar a carne de porco para maiores produções e, consequentemente, a ser mais consumida. A Europa “precisou repor as proteínas” no mercado e por um valor mais acessível, por isso a troca.  Apesar de ser a carne de maior consumo, é considerada um grande tabu alimentar por muitas religiões (como o judaísmo e o islamismo), que consideram impuro se alimentar dessa carne. 

Custos da produção da carne 

Pesquisas realizadas em 2015 por Marcelo Miele, pela EMBRAPA, mostram que o Brasil gasta aproximadamente 3 reais e 35 centavos, para alimentar os porcos que serão utilizados para fazer um quilo de carne. Para a mão de obra, são destinados 23 centavos. Na depreciação e custo da capital, são gastos 44 centavos, e, outras variáveis, podem custar até 67 centavos. Com isso, o total é de 4 reais e 69 centavos, que destinados para a produção de um quilo de carne. Já o preço nos mercados gira em torno de 6 reais.  

 Na Alemanha, os gastos são um pouco mais altos, tanto na fabricação, quanto na venda. Para a alimentação dos porcos, gastam 4 reais e 68 centavos. Para a mão de obra, 67 centavos. Para a depreciação e custo da capital, 1 real e 34 centavos e o mesmo para outras variáveis. soma esses custos é de, aproximadamente, 8 reais fabricação de um quilo dessa carne. Nos mercados, é vendida por, 7 reais e 40 centavos.  

Nos EUA, a alimentação dos porcos custa 5 reais e 2 centavos. Já a mão de obra, 23 centavos. A depreciação e custo da capital equivale a 67 centavos, assim como outras variáveis. E, o totagira em torno de 6 reais e 59 centavos para a produção de um quilo de carne, e, nos mercados, é vendida por 7 reais e 36 centavos. 

Mais informações sobre esses custos podem ser encontradas no link

  • Na primeira imagem, é feita uma comparação dos gastos entre os países.        
  • segunda imagem é um gráfico que compara os  gastos dentro do Brasil, ou seja, a proporção de cada um dos gastos              
  • terceira imagem é um gráfico que compara os gastos dentro da Alemanha, ou seja, a proporção de cada um dos gastos          
  • quarta imagem é um gráfico que compara os gastos dentro dos Estados Unidos ou seja, a proporção de cada um dos gastos 

Mão de obra e custos da produção no Brasil 

Um produtor de carne suína no Brasil tem um custo benefício de 1 real e 34 centavos por quilo de carne, ou seja, aproximadamente 4.267.217.940 reais por ano, descontando o preço dos porcos. Ou seja, esse é o lucro que todo o processo de produção tem, sem contar com o preço da compra dos porcos. Para a mão de obra, são destinados 0,23 reais por quilo de carne, como já visto anteriormente. Isso resulta em, aproximadamente, 732.432.930 reais por ano. Com esse valor destinado à mão de obra, todo o processo de fabricação da carne pode levar até 58.408 trabalhadores que ganhem o salário mínimo (mensalmente). Isso significa que, se os trabalhadores receberem o salário mínimo, poderão trabalhar nessa indústria 58.408 trabalhadores, sem nenhum tipo de troca, no período de um ano, aproximadamente. 

  

Uso da água na alimentação e produção de dejetos  

Segundo a Instituição Normativa N°11 da Função de Amparo à Tecnologia a ao Meio Ambiente (FATMA), a produção de suínos, no Brasil, é dividida em duas fases: a fase creche (quando os porcos ainda estão pequenos, ainda são “crianças”), onde os porcos ficam confinados durante 34 dias e a fase de crescimento/terminação, onde eles ficam confinados durante 111 dias.  

No início da fase creche, o consumo de água por porco em um dia, é de aproximadamente 1,41 Litros, que, até o final do confinamento, aumenta em 3,62 vezes, equivalente a 5,11 Litros. Já o descarte de dejetos, no início do confinamento, é de 0,53 litros por porco diariamente. No fim dos 34 dias, foi observado um aumento de 5,56 vezes –equivalente a 2,95 litros. Até o fim desse primeiro confinamento, um porco consome, aproximadamente, 79,04 litros de água e produz 39,66 litros de dejetos. 

Na fase de crescimento, o consumo de água no início é de 4,48 litros por suíno diariamente e, até o fim dessa fase, o consumo de água pode aumentar em até 1,98, equivale a 8,86 litros. No descarte de dejetos, no “dia 1“, um porco produz, aproximadamente, 3,33 litros de dejetos e, ao fim do confinamento, ele passa a produzir 1,82, equivalente a 6,05 litros. Até o fim desse confinamento, um porco sozinho consome em média, 761,53 litros de água e produz 542,66 litros de dejetos. 

Para compreender melhor os dados acima, acesse o link

  • primeira imagem compara o consumo de água entre a fase creche e a fase terminal. 
  • segunda imagem  é um gráfico comparativo, que mostra o descarte de dejetos na fase creche e terminal. 
  • terceira imagem é um gráfico comparativo, que mostra o consumo total de água e descarte de dejetos dentro da  fase creche. 

A quarta imagem é um gráfico comparativo, que mostra o consumo total de água e descarte  de dejetos dentro da fase de crescimento   (terminal).

 

Descarte de dejetos e seus possíveis tratamentos 

De acordo com uma pesquisa da EMBRAPA de 2002, realizada por Roberto Diesel, Cláudio Rocha Miranda e Carlos Cláudio Perdomo, dejetos suínos são, basicamente, constituídos por fezes, urina, água (desperdiçada pelos bebedouros e de higienização), restos de ração, pelos, poeira etc. A suinocultura não é nenhum pouco sustentável, principalmente quando se trata de descarte de dejetos. Além de exalar um odor extremamente desagradável, o manejo inadequado de dejetos pode causar gases nocivos e risco de poluição dos mananciais de água tanto superficiais quanto subterrâneos. Sem contar com problemas de custo, transporte, tratamento, armazenamento e utilização agronômica de dejetos (que pode gerar um manejo inadequado). Existem algumas possibilidades de tratamentos de dejetos que são muito mais sustentáveis e que têm menos impactos negativos no ambiente. Acesse a tabela abaixa para ver as vantagens e desvantagens de cada tratamento, baseada em uma pesquisa da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul. Acesse-a clicando no link abaixo. 

Clique nos nomes dos métodos para ler a explicação. LINK

 

Analisando esse quadro, é perceptível que a cama sobreposta é uma das melhores opções, pois, além de ter baixo custo, faz com que esses dejetos possam ser retornados à natureza de forma “saudável”, ou seja, não terá tantos impactos negativos –muito pelo contrário, como os dejetos se tornarão adubo, eles farão muito bem para a terra. Porém, aqui no Brasil, os processos mais utilizados são as esterqueiras e as lagoas de decantação, o grande problema é que esses dois métodos exalam muitos odores, poluindo o ar olfativamente. Os produtores de grandes empresas costumam usar o biodigestor, pois ele gera biogás, que é, basicamente, um gás utilizado para gerar energia. Isso permite que o produtor gere algum tipo de lucro vendendo o biogás (ou a energia gerada pelo ele) e “dá” à empresa um crédito de carbono (certificado que mostra que a empresa ajudou com a redução de emissão de gases do efeito estufa). Esse método vem sido muito utilizado, desde os anos 70, quando foi criado. O uso da cama sobreposta e de compostagem vem aumentando aos poucos, mas não são métodos muito utilizados. Os produtores enfrentam muitos desafios no quesito sustentabilidade, apesar de todos os métodos de tratamento serem usados no Brasil. Isso acontece principalmente por causa da pressão que os produtores, sofrem pelas grandes empresas e, mesmo que indiretamente, os consumidores. Todos querem maior quantidade de porcos para serem tratados em menos lugares, o que aumenta muito a produção econsequentemente, o consumo da carneCom isso, o número de dejetos fica cada vez maior, o que faz com que medidas tenham que ser tomadas rapidamente. A sustentabilidade econômica tende a ser priorizada nesse processo, por isso os produtores acabam optando por métodos mais tradicionais e funcionais, porém não são os mais sustentáveis. 

Descarte de dejetos e seus possíveis impactos 

Quando os dejetos são manipulados de forma incorreta, eles podem acarretar muitos impactos ambientais negativos, tais como: contaminação do lençol freático, salinização, acumulação de elementos tóxicos, desequilíbrio de nutrientes no solo, impermeabilização e contaminação das culturas por meio da transmissão de patógenos e parasitas, isto é, contaminação de células por causa de organismos que possam causar doenças. Além disso, o manejo inadequado pode gerar proliferação mais rápida de insetos e bactérias resistentes a antibióticos. A principal causa de poluição é o lançamento direto, sem tratamento de dejetos, na água, o que leva a desequilíbrios ecológicos e poluição direta nos cursos d’água, além de ajudar a “espalhar” patógenos e contaminar água potável. A poluição ambiental que esse manejo inapropriado provoca vem sendo um assunto muito falado. A sociedade tem dado cada vez mais importância a assuntos relacionados a sustentabilidade. Por causa dessa demanda, os criadores de suíno têm investido em encontrar soluções tecnológicas que sejam adequadas ao manejo dos dejetos.  

As paisagens são drasticamente modificadas para a suinocultura, tanto fisicamente quanto sensorialmente. Uma floresta tem “ar puro” muitas árvores e muito “verde”. Se uma produção de suínos passar a ser ali, muitas árvores serão cortadas para abrir espaço para as máquinas, e o local passará a ter um forte odor se os dejetos forem mal cuidados. 

Com isso, pode concluir-se que, se o consumo dessa carne não for exagerado e for consciente, não tem problema nenhum se alimentar de carne suína. Muito pelo contrário, a carne de porco é rica em vitamina B1, que participa do metabolismo energético e melhora o funcionamento do sistema nervoso e niacina, que melhora a saúde da pele e o funcionamento do sistema digestivo. Também estará dando trabalho para muitas pessoas como produtores dessa carne. 

Uma sugestão que muitos especialistas dão, é deixar de comer carne por um dia, pois isso reduz em níveis absurdos os impactos que a carne gera em nosso planeta e não altera muito a dieta da pessoa. Se todas as pessoas fizessem isso, teríamos uma redução no consumo de carne de, aproximadamente 14,3semanalmente. Não é preciso parar de comer carne, apenas prestar mais atenção no consumo, não exagerar e tentar descobrir o processo de produção daquela carne, qual foi o método utilizado para manejar os dejetos e qual tipo de impacto esse método tem. Prestando atenção em simples atos diários, podemos ajudar muito o mundo, porém todos precisamos fazer a nossa parte. 

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FONTES:  

Perfil de consumo e percepção da qualidade da carne suína por estudantes de nível médio da cidade de Irati, PR 

Elise Thoms, Luciane Silvia Rossa, Evelyn von Rosen Stahlke, Isabelle Dangui Ferro, Renata Ernlund Freitas de Macedo 

Disponível em: https://periodicos.pucpr.br/index.php/cienciaanimal/article/view/11006  

Acesso em 03/11/2020 

 

Custos de produção de suínos em países selecionados, 2015 

Marcelo Miele 

Disponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/155252/1/final8373.pdf  

Acesso em 03/11/2020 

 

Consumo de carne suína cresceu 30% nos últimos quatro anos no Brasil 

Redação SI

Disponível em: https://www.aviculturaindustrial.com.br/imprensa/consumo-de-carne-suina-cresceu-30-nos-ultimos-quatro-ano-no-brasil/20191003-102312-x328  

Acesso em 03/11/2020 

 

Carne de porco 

Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Carne_de_porco  

Acesso em 05/11/2020 

 

AVALIAÇÃO DOS PRINCIPAIS IMPACTOS AMBIENTAIS NA PRODUÇÃO DE SUÍNOS NO IFMA/CAMPUS CODÓ 

Cindhi Barros Mayara Rodrigues Eliana Vieira Rosemberg Carvalho Cristina Pereira 

Disponível em: https://downloads.editoracientifica.org/articles/200400072.pdf  

Acesso em 06/11/2020 

 

ANÁLISE DO CONSUMO DE ÁGUA E DO VOLUME DE DEJETOS NA 

CRIAÇÃO DE SUÍNOS 

Marildo Guerini Filho, Arlan Luís Dal Soler, Camila Elis CasarilMarluce LumiVanessa Paula Reginatto, Odorico Konrad 

Disponível em: https://periodicos.ufv.br/rbas/article/view/2876/1350  

Acesso em 09/11/2020  

 

RECENTES AVANÇOS NA NUTRIÇÃO DE SUÍNOS  

Silvano Bünzen , Sandra Salguero, Luiz F.T. Albino e Horacio S. Rostagno 

Disponível em: http://www.cnpsa.embrapa.br/sgc/sgc_publicacoes/publicacao_k5s77d2o.pdf#page=84  

Acesso em 011/11/2020 

 

Nutrição e alimentação de suínos 

KÁTIA NONES 

Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/117606/138726.pdf?sequence=1   

Acesso em 11/11/2020 

Foodnews apresenta os dados de consumo de carne suína no Brasil desde a década de 90. 

Afinal, como evoluiu o consumo de carne suína no Brasil em termos percapita ao longo de quase 20 anos?
IVAN FORMIGONI 

Disponível em: http://www.farmnews.com.br/dados/consumo-de-carne-suina/  

Acesso em 12/11/2020 

 

Projeção da população do Brasil e das Unidades da Federação
IBGE 

Disponível em: https://www.ibge.gov.br/apps/populacao/projecao/  

Acesso em 12/11/2020 

 

Preço suínos 

MFRURAL 

Disponível em: https://www.mfrural.com.br/produtos/3-554/suinos  

Acesso em 12/11/2020 

 

CENTRAL DE INTELIGÊNCIA DE AVES E SUÍNOS 

EMBRAPA 

Disponível em: https://www.embrapa.br/suinos-e-aves/cias/precos  

Acesso em 13/11/2020 

 

Mais competitividade na suinocultura 

EMBRAPA 

Disponível em: https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/21265242/mais-competitividade-na-suinocultura  

Acesso em 13/11/2020 

 

PRODUÇÃO, TRATAMENTO E USO DOS DEJETOS SUÍNOS NO BRASIL 

Bárbara Françoise Cardoso – Graciela Cristine Oyamada – Carlos Magno da Silva 

Disponível em: https://www.redalyc.org/pdf/752/75241745007.pdf  

Acesso em 13/11/2020 

 

FORMAS DE USO DO BIOGÁS 

Gleysson B. Machado, Geração e Aproveitamento Energético do Biogás, Projeto PROBIOGAS, 2016 

Disponível em: https://www.portaldobiogas.com/formas-de-uso-do-biogas/#:~:text=O%20biog%C3%A1s%20pode%20ser%20utilizado%20em%20redes%20de%20g%C3%A1s%20natural,G%C3%A1s%20Natural%20Liquefeito%20(GNL).&text=Para%20ser%20chamado%20de%20biometano,pelo%20menos%2095%25%20de%20metano 

Acesso em 15/11/2020 

 

Créditos de carbono 

Wikipedia  

Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Cr%C3%A9ditos_de_carbono  

Acesso em 15/11/2020 

 

O que é contaminação de células? 

Mary Kay Bates e Douglas Wernerspach  

Disponível em: https://datamedweb.com.br/2018/08/contaminacao-em-cultura-de-celulas/  

Acesso em 16/11/2020 

 

O que é patógeno? 

Por Ma. Vanessa dos Santos 

Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/biologia/o-que-e-patogeno.htm#:~:text=Denominamos%20de%20pat%C3%B3genos%2C%20organismos%20que,%3A%20fungos%2C%20protozo%C3%A1rios%20e%20v%C3%ADrus 

Acesso em 16/11/2020 

 

Avaliação da produção de biogás de dejetos de suínos utilizando a metodologia de superfície de resposta 

Adriano CancelierUbiridiana Patrícia Dal’ Soto, Murilo Cesar Costelli, Toni Jefferson Lopes e Adriano da Silva  

Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-41522015000200209&script=sci_arttext&tlng=pt  

Acesso em 17 /11/2020 

 

Das pequenas produções à agroindústria: suinocultura e transformações na paisagem rural em Chapecó, SC 

Samira Peruchi Morett e Marlon Brandt 

Disponível em: https://www.periodicos.udesc.br/index.php/tempo/article/view/2175180311262019229/9989  

Acesso em 17/11/2020 

 

Conheça os benefícios da carne de porco para a sua dieta 

Fonte: Estadão Conteúdo 

Disponível emhttps://cidadeverde.com/noticias/298874/conheca-os-beneficios-da-carne-de-porco-para-a-sua-dieta#:~:text=A%20carne%20de%20porco%20%C3%A9,o%20funcionamento%20do%20sistema%20digestivo 

Acesso em 17/11/2020 

 

Boletim Informativo de Pesquisa—Embrapa Suínos e Aves e Extensão—EMATER/RS 

Roberto Diesel, Cláudio Rocha Miranda e Carlos Cláudio Perdomo 

Disponível em: http://docsagencia.cnptia.embrapa.br/suino/bipers/bipers14.pdf  

Acesso em 18/11/2020 

 

 

      

          

        

          

        

       

 

       

O setor da moda e seus impactos no meio ambiente

Marina Spadoni Bueno e Gabriela Corrêa Dalcanale 

 

  Este trabalho é resultado de pesquisas sobre os recursos naturais que são utilizados na produção de roupas atualmente e reflexões sobre os impactos causados pelas indústrias, em escala nacional e global.  

    Esses recursos sempre foram importantes nas roupas de várias populações durante os Períodos da História. Na Pré-História, por exemplo, quando os homens matavam animais, utilizavam sua pele como roupa e se esquentavam. Já na Idade Média, reis e rainhas usufruíam de tecidos de seda, cujos fios eram fabricados a partir do casulo do bicho-da-seda. Atualmente, há muitas lojas, shoppings e marcas diferentes para escolher, então a venda de vestuários é feita em grande escala.   

Matérias-primas utilizadas na trama de tecidos 

    As matérias-primas utilizadas na indústria têxtil são diversas e a principal finalidade é apresentar diferentes soluções em fibras, proporcionando muitos tecidos para população. Conforme o Febratex Group, se conhecido como cada material se comporta, as empresas poderão direcionar qual tecido é mais adequado para cada modelo de roupa.  

Plantação de algodão

    As matérias-primas aplicadas podem ser de origem química ou natural. Várias opções de fios provêm da natureza e sua fonte pode ser animal e vegetal, como lã, seda, linho, algodão e rami. Já as matérias-primas de origem química podem ser de procedência vegetal ou petroquímica e são classificadas como artificiais e sintéticas, como o acetato e viscose. 

O consumo de água nas indústrias  

    A água também é fundamental para produção de vestimentas, principalmente naquelas que utilizam recursos naturais. Todos os anos, a indústria têxtil consome 93 trilhões de litros de água, o que significa 4% da captação mundial de água doce anual.  

    Conforme a matéria da ativista ambiental Fe Cortez publicada no site “Menos 1 Lixo”, para cultivarmos 1kg de fibra do algodão, são necessários 7 a 29 mil litros de água. Para a produção da camiseta, consome-se quase 2kg de combustíveis fósseis e 2,7 mil litros de água, sem contabilizar os impactos da lavagem, passar ou descartar.  

Camiseta de algodão

Os impactos no esgotamento da água causados pelas indústrias é um grande problemaA Organização das Nações Unidas (ONU) alerta que o abastecimento de água doce do planeta está ameaçado e que se mantivermos o consumo altíssimo para produção desses recursos naturais, grande parte da população terá dificuldade no acesso à água.  

A segunda indústria mais poluente do mundo 

    Com a facilidade no acesso às compras de vestimentas, as peças são descartadas e trocadas rapidamente pela população. Com base nos dados da “BBC News Brasil”, a indústria da moda é segunda mais poluente do mundo. Isso se dá por causa dos impactos da tendência “moda rápida”, marcada pelos preços baixos e rápido descarte, multiplicando os problemas ambientais. 

Gráfico apresenta a utilização de roupas em comparação às vendas.

 

Os pequenos detalhes em relação à confecção de roupas já causam impactos significativos na produção de lixo do país. No Brasil, a estimativa de retalhos que são descartados nas indústrias é de 175 mil toneladas por ano. Desse total, apenas 36 mil toneladas são reaproveitadas na produção de novas peças de roupas, fios, barbantes ou mantas.  

    Segundo estimativa do Programa da Organização das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), o volume de resíduos urbanos deve aumentar de 1,3 bilhão de toneladas (dado de 2016) para 2,2 bilhões de toneladas até 2025. Em relação ao descarte do lixo no Brasil, apenas 58% do total coletado tem como destino os aterros sanitários que funcionam de acordo com as exigências legais. O restante é despejado em aterros controlados (24,2%) e em lixões (17,8%), e somente cerca de 4% é reciclado. 

    A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), está trabalhando para estimular a adoção de padrões sustentáveis de produção, desenvolvendo tecnologias limpas e incentivando a indústria da reciclagem. Uma possibilidade interessante é a inclusão dos catadores de materiais recicláveis nas ações que envolvam essa gestão sustentável, pois em geral, os resíduos têxtis são 100% recicláveis. 

Gráfico propõe conscientização da forma que produzimos e utilizamos as roupas

Liberação dos poluentes na água e no ar 

    A jornalista Suzana Camargo, (que já trabalhou em rádios, televisão, revistas e como editora de jornalismo na Globo) indica que esse setor emite 1,2 bilhão de toneladas de gases do efeito estufa por ano – mais do que o transporte marítimo e a aviação juntos. Além disso, de acordo com Rafael (outro jornalista do site), o setor da moda libera 500 mil toneladas de microfibras sintéticas nos oceanos todos os anos, além de poluir o solo a partir do uso de pesticidas no plantio de fibras naturais. Infelizmente, já foram encontradas fibras plásticas no estômago de animais que vivem no oceano. 

Gráfico mostra estimativas para 2050 de consumo de petróleo, gases emitidos que contribuem para o efeito estufa e toneladas de microfibras que serão descartadas até 2050

Emprego no setor da moda 

    Segundo a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT, 2013), este setor emprega cerca de 1,7 milhão de brasileiros, sendo que 75% são funcionários do segmento de confecção. Em 2012, o faturamento das indústrias de fabricação do tecido e confecção foi de US$ 56,7 bilhões. O setor reúne mais de 32 mil empresas, das quais mais de 80% são confecções de pequeno e médio portes em todo o território nacional. Mesmo as indústrias que são classificadas em micro e pequenas empresas, várias vezes, possuem toda a estrutura do processo produtivo: modelagem, enfesto, corte, costura, arremate e acabamento. 

    Há um aspecto assustador envolvendo os empregos na produção de vestuários: a mão de obra “escrava”. Em 1990, a Nike foi acusada de utilizar trabalho infantil em fábricas na Ásia. A falta de ética no processo de fabricação de mercadorias por grandes empresas foi muito discutida pela sociedade na época.  

    Outro exemplo: de acordo com o jornal “Repórter Brasil”, os costureiros que fabricavam peças para a Zara recebiam, em média, 2 reais por roupa costurada. Ainda de acordo com esse jornal, em junho de 2011, a reportagem foi até uma loja da empresa na Zona Oeste de São Paulo e encontrou uma blusa semelhante sendo vendida por R$ 139,00. 

 O esgotamento de recursos naturais no planeta 

    Muitos setores de produção contribuem para o esgotamento de recursos naturais no planeta, como a água. Outro exemplo é o petróleo que também terá seu esgotamento. 

    Calças ou malhas de poliéster são feitas a partir de uma fibra sintética, a mais usada na indústria têxtil em todo o mundo. São usados 70 milhões de barris de petróleo todos os anos para fabricação e demora mais de 200 anos para se decompor. A Agência Internacional de Energia publicou em seu relatório anual World Energy Outlook, de 2010, que a produção de petróleo deve atingir seu pico por volta de 2035 e dependendo da quantidade e rapidez que for utilizado, logo a substância se esgotará. 

    A viscose, outra fibra artificial, mas feita de celulose, exige a derrubada de 70 milhões de árvores todos os anos.  

    Apesar de natural, o algodão é a uma fibra cujo cultivo é o que mais demanda uso de substâncias tóxicas no mundo: 24% de todos os inseticidas e 11% de todo os pesticidas e, assim, causa impactos no solo e na água. 

Transformações nas paisagens decorrentes das indústrias têxteis 

    As transformações que ocorrem nas paisagens são decorrentes das atividades humanas e do local onde se encontram. Quando instalada uma indústria em determinada localidade, ocorrerão mudanças: mais poluição gerada, serão descartados materiais em regiões próximas e mais pessoas irão se instalar naquele local, em busca de empregos na produção, confecção e administração daquela empresa. Assim, a cidade fica mais movimentada e passando aos poucos de “paisagem indiretamente transformada” para “intensamente transformada”.  

Impactos socioambientais. Fonte: Autossustentável

 Na imagem, são observados vários impactos de transformação na paisagem e sociedade do local. Ocorrem as mudanças climáticas, poluição de diversos meios e maus tratos aos animais e pessoas. Devemos pensar em como transformar um dos maiores e mais lucrativos setores do mundo em algo sustentável e ético eassim, executar as ideias para melhor desenvolvimento da sociedade. 

 

Agradecimentos 

    Este trabalho foi realizado a partir de pesquisas sobre os recursos naturais usados na indústria têxtil. Foram utilizadas fontes confiáveis que trabalham com especialistas no assunto, contribuindo para a escrita do texto de divulgação científica.  

MATÉRIA PRIMA:  

ÁGUA UTILIZADA NA PRODUÇÃO: 

RELAÇÕES DE TRABALHO: 

PRODUÇÃO E DESCARTE DE RESÍDUOS:  

ESGOTAMENTO DE RECURSOS: 

 

Reciclagem de plástico pode causar poluição

 Sofia Gaspar Costa Machado e Lea Zukauskas Colli 

Atualmente, a mídia tem dado bastante atenção às embalagens plásticas, como elas podem afetar o meio ambiente e contribuir para o aquecimento global. Sabendo disso, precisam ser tomadas medidas para diminuir o impacto do plástico no meio ambiente, reduzindo o consumo destas embalagens ou praticando a reciclagem. No entanto, pesquisas apontam que a fragmentação de materiais plásticos que ocorre na reciclagem pode formar partículas poluentes, os microplásticos. Mas antes de mais nada, é importante primeiro que seja compreendido o caminho que as embalagens plásticas fazem antes e depois de estarem nas mãos de cada consumidor.          

O plástico é um material que pertence à classe dos polímeros. Pode ser obtido artificialmente por meio de substâncias derivadas do petróleo ou de fontes renováveis, e é formado por longas cadeias moleculares. O ciclo do plástico tem seu início a partir do processo denominado “extrusão”. A matéria prima principal, o polietileno (quimicamente o polímero mais simples), começa em seu estado inicial granulado e é derretido em altas temperaturas, para mais tarde, com auxílio de um jato de ar formar o filme plástico com abertura interna. É possível também adicionar pigmento para que a embalagem tenha a cor desejada. 

Imagem esquema explicando o processo de extrusão. Fonte: maisplomeros.com

 

É possível afirmar, também, que a produção do plástico usado nas embalagens conta com um significante uso da água. Estudos da Water Footprint Network apontam que para a produção de uma garrafa de plástico de água mineral vista em supermercados, é consumida uma quantidade de água que pode ser de seis a sete vezes maior que o volume do conteúdo da própria garrafa. Além do mais, de acordo com a mesma fonte, a população dos EUA adquire cerca de 29 bilhões de garrafas de água mineral por ano. Com esses dados, é possível fazer uma breve estimativa do consumo total de água (através deste produto) nos Estados Unidos anualmente, o que resultaria em mais de 100 bilhões de litros de água consumidos em garrafas de água mineral, o que equivale a 40 mil piscinas olímpicas. 

Por fimcomo a etapa final deste ciclo, está o descarte. Neste ponto, a embalagem pode seguir dois caminhos: a reciclagem; ou o descarte errôneo, que leva à poluição. Vamos analisar os dois cenários: 

 

Descarte de Plástico Pela Reciclagem 

  •  Para a garantia de que o material será reciclado, deve-se realizar a coleta seletiva, onde ocorre a separação do lixo orgânico e do reciclável (o que inclui o plástico), para então deixá-lo em um centro de reciclagem. A reciclagem em si se dá quando o plástico passa por um processo de trituração, onde volta ao seu estado inicial (granulado), para então ocorrer a reutilização esse material para produzir novas embalagens ou outras coisas, como tubulações de esgoto, por exemplo. Entretanto, antes de enviar as embalagens plásticas para serem recicladas, é importante lavá-las e separá-las dos outros materiais recicláveis (papel, vidro e metal), ou até considerar a reutilização do objeto para poupar a energia e os recursos gastos no processo da reciclagem, e evitar a produção de microplásticos. 
Lixeiras para separar os materiais e facilitar a reciclagem (categorias: orgânicos, papel, vidro, metal e plástico) Imagem do site: larplasticos.com.br

 

Descarte Poluente do Plástico 

  • A poluição causada pelo plástico não reciclado pode ocorrer de algumas formas diferentes. Uma delas é o acúmulo de materiais no meio ambiente, como um resultado de sua lenta decomposição, que pode levar cerca de 400 anos. Outro aspecto é o encontro das embalagens plásticas com a vida animal: entre baleias, tartarugas, e golfinhos, no mínimo 300 animais marinhos morrem todos os anos nas águas tailandesas por engolir resíduos plásticosAlém disso, estima-se que o peso em plástico no oceano será superior ao peso em peixes quando chegarmos ao ano de 2050.  

E por fim, como um terceiro fator poluente, estão os microplásticos, pequenas partículas de plástico, que se dão com o esfarelamento de plásticos maiores, que pode ocorrer com o desgaste de pneus, por exemplo, ou até, por incrível que pareça, no processo de reciclagem. Os microplásticos são uns dos maiores poluentes do oceano por alterar a sua composição, e pode ser encontrado em animais, alcançando até os seres humanos, possivelmente prejudicando a saúde destes de forma ainda indeterminada pela medicina. Segundo a National Geographic, uma equipe de cientistas marinhos da Universidade Flinders concluiram após uma pesquisa, que nas Maldivas, os microplásticos nas praias se encontram em grande quantidade, uma das maiores em escala mundial. Sobre a significativa biodiversidade marinha nas Maldivas, a bióloga de conservação da Universidade Flinders, Karen Burke Da Silva, informa: “O tamanho dos microplásticos é extremamente importante porque é consumido por invertebrados e peixes menores, que posteriormente servem de alimento para peixes maiores”. 

Microplásticos encontrados na praia – pesquisa da FAPESP

 

Com essas informações, conclui-se que quando se trata de plásticos, a própria reciclagem pode causar poluição, devido à ação dos microplásticos. Portanto, tanto diminuir drasticamente o consumo de embalagens plásticas, quanto fazer o uso de embalagens biodegradáveis se provaram ser opções mais viáveis.  

 

Principais referências utilizadas 

Energia hidrelétrica: uma fonte de energia renovável

Mariana Pimentel e Laís Calife 

Neste texto, serão apresentados benefícios e prejuízos do uso das hidrelétricas em relação ao meio ambiente, tendo como base inúmeras pesquisas realizadas por engenheiros e especialistas no assunto. O Brasil está no top 8 dos países que mais produzem energia no mundo inteiro, contando com diversas fontes pra sua obtençãoenergia hidroelétrica, petróleo, carvão mineral e os biocombustíveis, além de algumas outras utilizadas em menor escala, como gás natural e a energia nuclear. A energia hidrelétrica advém normalmente de usinas hidroelétricas, onde a energia hidráulica é transformada em energia elétrica. A energia hidráulica é uma fonte confiável para a geração de energia devido ao fluxo constante dos rios, e é por isso que hidrelétricas podem ser encontradas em mais de 150 países. 

 

A pesquisa realizada por Luiz Pinguelli Rosaprofessor titular da Coppe e especialista em ciências, engenharia e doutor em física, aponta que a população da América Latina é 7% da mundial, enquanto o consumo de energia primária é 4,7% do consumo mundial, o que demostra uma desigualdade. 

Fonte da imagem: FAO, ONU, 2003

 

“O Brasil é o primeiro país do mundo em recursos hídricos. Mas, na utilização dos mesmos, o Brasil não é o primeiro, e sim o quarto. É algo pouco conhecido, temos recursos hidrelétricos que não usamos na proporção dos países como os Estados Unidos. O Brasil utiliza aproximadamente 25% de seu potencial hidrelétrico; os Estados Unidos utilizam cerca de 80%” diz Rosa 

 

  MEIOS DE ENERGIA RENOVÁVEL 

Energia renovável ou sustentável é classificada dessa forma quando não libera poluentes ou prejudica o ambiente em seu entorno, por exemplo, a energia nuclear produz enormes danos para o meio ambiente.  

Exemplos de meios de energia renovável: 

-Painéis solares 

Eólica 

-Biomassa 

Geotérmica 

-Oceânica   

-Hídrica 

 

    USINAS HIDRELÉTRICAS 

 

               A imagem abaixo mostra o funcionamento passo a passo das usinas hidrelétricas

Fonte da imagem: Todamatéria.com

 

  1. A energia potencial gravitacional que se converte em energia cinética é obtida pelo represamento da água; 
  1. Esse represamento provoca a pressão que converte energia hidráulica em energia mecânica; 
  1. Essa energia mecânica é transferida para a turbina hidráulica que será convertida em energia elétrica; 
  1. A energia elétrica produzida é transmitida para uma ou mais linhas de transmissão, interligadas à rede de distribuição; 
  1. Porém, parte dessa energia é “perdida” sob a forma de calor que aquece a linha de transmissão. 

 

       CONSUMO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO DE RECURSOS NATURAIS 

 

Um tópico abordado na pesquisa que pode causar grandes debates é sobre a água ser essencial para a vida de todos seres vivos em grande demanda, e a questão é: em um futuro próximo haverá água o suficiente para tudo isso? Mesmo sendo uma solução que a princípio não prejudique tanto o meio ambiente, evidentemente utiliza muita água, que é um recurso finito.   

 

        DANOS AO MEIO AMBIENTE
 

As hidrelétricas não são tão prejudiciais ao meio ambiente, já que não liberam gases tóxicos que podem causar danos, nem geram riscos de contaminação eminente ao solo ou ao ambiente, porém, ao mesmo tempo, ao ser instalada, uma hidrelétrica modifica o curso do rio e mexe com todo o ciclo de vida que se encontra em seu entorno incluindo flora, fauna e vida humana. Podendo causar um desequilíbrio a longo prazo no habitat. 

Todavia, como diz Alvaro Mari Júnior, engenheiro especialista em Geoprocessamentos e Hidrologia, uma vantagem importante da energia hidráulica é que a mesma é considerada como energia limpa, e comparando a com outras fontes energéticas podemos perceber a diferença de impacto que causam. Quando observada a quantidade de gases de efeito estufa geradas por diferentes fontes de eletricidade, concluímos que a hidrelétrica emite entorno de 60 vezes menos gases que as usinas de carvão e 18 vezes menos que usinas movidas a gás natural.  

Fonte: Luiz Pinguelli Rosa

 

Com certeza, a energia hidrelétrica não é 100% adequada para o meio ambiente pelos motivos já citados, como o uso excessivo de água e modificações nos ecossistemas. Porém, a partir dos fatos coletados, é possível concluir que apesar de ter seus prejuízos, a energia hidrelétrica é atualmente uma das melhores opções para produzir energia de uma forma que não danifique tanto o meio ambiente, sendo assim, umfonte de energia renovável. 

 

 FONTES: 

Rosemar de Queiroz e outros, Geração de energia elétrica através da energia hidráulica e seus impactos ambientais

Disponível em: https://core.ac.uk/reader/270299770  Acesso em: 10/11/20 

 

Luiz Pinguelli Rosa, Geração hidrelétrica, termelétrica e nuclear

Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142007000100005&lang=pt  

Acesso em: 11/11/20 

 

Rosimar Gouveia, Usina Hidrelétrica – TodaMatéria.com

Disponível em: https://www.todamateria.com.br/usina-hidreletrica/

Acesso em: 18/11/20 

Corredor Ecológico, Energia hidrelétrica: uma fonte de energia renovável? - 16/10/207

Disponível em: https://corredorecologico.com.br/imprensa/artigos/13/energia-hidreletrica-uma-fonte-de-energia-renovavel  – Acesso em: 10/11/20 

 

A moda controla, abusa e dita o que se pode ou não fazer

Lais D. Oliveira e Maria Eduarda C. Lamy 

 

O presente trabalho é resultado de pesquisas reunidas, vindas de diferentes sites e autores, com o intuito de analisar como a indústria têxtil influencia tanto na sociedade quanto no meio ambiente. 

Com a evolução da espécie humana e a perda dos pelos corporais, veio a necessidade de se cobrir, para então se proteger do clima hostil e compensar mudanças climáticas. Antes, buscava-se essa proteção em peles de animais, muitas vezes daqueles que eram caçados para serem comidos, aproveitando-se de todos os recursos disponíveis. Mais tarde, iniciou-se a utilização de outros materiais e ferramentas para a produção de roupas como, por exemplo, a costura com fibras vegetais e agulhas rudimentares. 

Com o passar do tempo, os seres humanos deixaram de se vestir apenas com a finalidade de se proteger e o vestuário tornou-se uma questão de estética. Essa mudança tornou as roupas necessárias e, à medida que surgem novas tendências a preços mais baixos, o consumo aumentou, o que afetou e afeta, de diversas maneiras, o meio ambiente. 

 

O CONSUMO E O MEIO AMBIENTE  

Hoje em dia, para a produção de qualquer peça de roupa, é necessária uma grande quantidade de água, desde a produção de sua matéria prima às lavagens que serão feitas pelo consumidor. Para fabricar uma calça jeans, por exemplo, são utilizados cerca de 10.000 litros, e, para produzir um par de sapatos, são necessários cerca de 8.547 litros de água.  

Também há a geração e o despejo de efluentes, contendo compostos recalcitrantes, muitos destes passíveis de acumulação em organismos vivos, podendo atingir concentrações superiores à dose letal  notadamente em invertebrados e peixes —, demandando intervenções específicas para a efetiva descontaminação. Já para os resíduos sólidos, tem-se o estabelecimento de procedimentos mais adequados ao manejo, capacitação dos funcionários e adequações ao programa de manutenção preventiva e corretiva dos equipamentos. 

Além da liberação de poluentes na água e na terra, o ar também é afetado, como no transporte e nas fábricas, que liberam uma alta concentração de CO2 na atmosfera. Segundo a jornalista Suzana Camargo, (que já trabalhou em rádios, televisão, revistas e foi editora de jornalismo na Globo), o setor têxtil emite 1,2 milhões de toneladas de gases do efeito estufa por ano. 

O papel do consumidor de novos produtos, e não somente os do criador e as indústrias, é determinante para o desenvolvimento sustentável. A escolha dos meios de descarte — vender, doar, customizar e jogar no lixo  depende de atributos e motivações, mas quanto maior for a demanda, maior será a produção, que provocará todos aqueles fatores citados anteriormente. 

Essas questões afetam, inclusive, as paisagens que são alteradas, tanto pelos resíduos descartados em lugares impróprios quanto as modificações feitas no ambiente para a extração de recursos naturais utilizados nas produções da indústria. 

 

 ESGOTAMENTO DOS RECURSOS NATURAIS PARA A OBTENÇÃO DA MATÉRIA PRIMA   

Diversas matérias primas são utilizadas nas confecções de artigos do vestuárioas principais são: algodão, poliéster, elastano, lã, seda, viscose, tencel e linho. Existem matérias primas naturais, como o algodão, que consiste em uma fibra natural, resistente e longa, o que garante excelente durabilidade e qualidade ao tecido. Existem também as químicas, como poliéster, que, por sua vez, é uma fibra sintética usada especialmente em misturas quando se pretende reduzir a característica amassada do tecido. Essa fibra é produzida a partir do petróleo, ou seja, por meio de recursos não renováveis. 

O petróleo, como muitos outros recursos, é finito. Segundo pesquisa publicada pela Agência Internacional de Energia Outlook em 2010, a produção do petróleo deve atingir seu pico por volta de 2035 e depois terá uma queda constante.  Já em 2012 a Organização das Nações Unidas (ONU) alertava que água doce no planeta também está ameaçada e, em consequência, nossa sobrevivência. Mantidos os padrões de consumo e danos ambientais, estimou-se que, em 2015, dois terços da população do planeta (5,5 bilhões de pessoas) poderiam ter dificuldades de acesso à água potável, e que, em 2050, a dificuldade poderia atingir 75% da humanidade.  

 

TRANSFORMAÇÕES DO VESTUÁRIO E DA SOCIEDADE   

Em alguns períodos da história, a moda foi um meio de diferenciação de classes, como na idade média, quando cada cor tinha um significado diferente — os ricos, ou a realeza, tinham cores especificas que não podiam ser usadas de maneira alguma por plebeus e vice-versa. Em outros momentos, a moda foi a representação de uma agência política, mas sua abrangência se transpõe do modo de se vestir, adornar-se e comportar-se nas sociedades segundo as normas de cada época. O traje feminino, no decorrer dos séculos, também teve grande evolução. Ao observar as roupas voltadas às mulheres, é possível reparar nos níveis sociais atribuídos a elas, algo que, felizmente, tem perdido importância 

A evolução do vestuário ao longo do tempo. Fonte: Esquema Imoveis

 

Outra questão importante é a permanência de condições de trabalho análogas às de escravo no setor de produção de roupas. A mentalidade escravagista no Brasil é de longa duração, e, infelizmente, persiste nos dias atuais, gerando uma escravidão sob nova roupagem (inclusive em setores de grande destaque, como na moda). Essa mesma indústria têxtil, abastecida pelo algodão brasileiro cultivado por escravizados. Apesar da escravidão oficial ter sido abolidana prática, ela o se extinguiu. 

Em 2011, veio à tona a utilização de trabalho análogo ao escravo, no Brasil, pela mundialmente conhecida marca Zara. Em operação do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) juntamente com o Ministério Público do Trabalho (MPT), foram encontrados 15 imigrantes bolivianos, dentre os quais uma menina de 14 anos, em uma das oficinas que produziam roupas para a marca. Esse é um exemplo entre vários já registrados.  

Impactos socioambientais. Fonte: Autossustentável

 

A moda controla, abusa e dita o que se pode ou não fazer, impõe o que usar por determinado tempo, como ser e aparentar. Domina todas as classes sociais, independentemente de etnias, religiões e ideologias, o que a torna mais responsável pelo que dita. Assim, é de se perguntar de que forma a moda pode adotar atitudes sustentáveis e fazer as pessoas serem mais conscientes sobre o que consomem, contribuindo para um consumo mais correto do ponto de vista ambiental.

 

REFERÊNCIAS:

Liger Ilce, Moda em 360 graus: design, matéria-prima e produção para o mercado global

Disponível em: https://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=dPyrDwAAQBAJ&oi=fnd&pg=PT2&dq=mat%C3%A9ria+prima+de+roupas&ots=SU8ACsh7TH&sig=2W2YF1fQkfCRRQf40XMBPpz48tI#v=onepage&q=mat%C3%A9ria%20prima%20de%20roupas&f=false Acesso em 04/11/2020 

FCEM, Confira 8 tipos de matérias-primas utilizadas na indústria têxtil
Disponível em: https://fcem.com.br/noticias/tipos-de-materias-primas-utilizadas-na-industria-textil/ Acesso em 10/11/2020
A PERMANÊNCIA DO TRABALHO ESCRAVO NO SETOR DA PRODUÇÃO DE ROUPAS NO BRASIL NO SÉCULO XXI: DA MODA DA ESCRAVIDÃO À ESCRAVIDÃO NA MODA

Disponível em: http://san.uri.br/revistas/index.php/direitosculturais/article/view/29 Acesso em: 09/11/2020

Folha de São Paulo, Saiba quanta água e consumida durante a fabricação de produtos - 22/03/2019

Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2019/03/saiba-quanta-agua-e-consumida-durante-a-fabricacao-de-produtos.shtml Acesso em: 9/11/2020 

Marluce Teixeira Andrade Queiroz e outros,GESTÃO DE RESÍDUOS NA INDÚSTRIA TÊXTIL E SUA RELAÇÃO COM A QUALIDADE DA ÁGUA: ESTUDO DE CASO

Disponível em: http://stat.cbsm.incubadora.ufsc.br/index.php/IJIE/article/view/3489 Acesso em: 10/11/2020 

DW,A indústria da moda e os danos ao meio ambiente – 03/04/2019
Disponível em: https://www.uol.com.br/universa/noticias/deutsche-welle/2019/04/03/a-industria-da-moda-e-os-danos-ao-meio-ambiente.htm 

Acesso em: 10/11/2020 

Neide Köhler Schulte e Luciana Dornbush Lopez , SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL NO PRODUTO DE MODA

Disponível em: https://ensus2007.paginas.ufsc.br/files/2015/08/Sustentabilidade-Ambiental-no-Produto-de-Moda1.pdf Acesso em: 10/11/2020 

JOÃO PEDRO URBANO FERNANDES PIMENTA DE GÓES, MODA E SUSTENTABILIDADE: OS IMPACTOS AMBIENTAIS NA INDÚSTRIA DA MODA

Disponível em: https://repositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/235/7373/1/20871649.pdf   Acesso em: 15/11/2020 

Alessandro Greco e Denise Barros, Esgotamento dos recursos naturais - 26 Maio 2012

Disponível em: https://super.abril.com.br/ciencia/esgotamento-dos-recursos-naturais/ Acesso em: 15/11/2020

BBC - Brasil,Qual é a indústria que mais polui o meio ambiente depois do setor do petróleo? - 13 março 2017

Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/geral-39253994 Acesso em: 15/11/2020

CONSUMO DE CARNE É UMA POSSIBILIDADE DE UMA SOCIEDADE MAIS SUSTENTÁVEL

CAROLINA COLLET E PEDRO SCHAMIS – 8ºA

 

A carne bovina é um alimento muito presente nas refeições cotidianas. É extraída dos bovinos, especialmente do gado domésticouma das variedades de carne mais consumidas na Europa, nas Américas e na Austrália, e também muito importante na alimentação de populações da África, Ásia Oriental e Sudeste. Neste texto, será abordado como a produção da carne bovina acontece e quais são os seus impactos na sociedade e no mundo. 

Um estudo epidemiológico prospectivo que acompanhou cerca de 100 mil profissionais da área da saúde demonstrou que a ingestão de carne bovina por pessoa é de em média 200 gramas diáriasPorém o Manifesto Sustentareaum grupo de Cultura e Extensão da USP (Naceda Faculdade de Saúde Pública (FSP), aconselha um consumo de até 500 gramas por semanaou seja, pode-se notar que grande parte da população mundial ultrapassa esse número de forma violenta, e acaba ingerindo muito mais do que a quantidade esperada. 

 Aline Carvalho, nutricionista e coordenadora do grupo Manifesto Sustentarea se baseia em estudos realizados em Harvard e comenta: “Se continuarmos consumindo do jeito que fazemos hoje, não haverá recursos suficientes para todos em 2050“. Em um artigo escrito também pelo grupo, é constatado: “Vale ressaltar que a disponibilidade de carne bovina no Brasil cresceu rapidamente nas últimas décadas e hoje é três vezes maior que a média mundial, passando até os Estados Unidos”. 

Estimativa de consumo de carne para 2050. Fonte: WRI, 2016

Para uma produção de sucesso, mão de obra deve ser especializada  

 Em uma entrevista no Jornal da USP, o Professor Marco Antônio Trindade da FZEA, explica o processo de produção de bovinosO processo de produção da carne bovina começa na granja ou fazenda, onde é iniciada a criação do gado, com o tipo de manejo e seleção de genética adequadas. Durante esse período, Veterinários e Zootecnistas garantem a sanidade desse animal, até que ele atinja o peso adequado para o abateAssim, o animal é levado para o frigorífico, lugar no qual ocorre o abate, e deve ser novamente consultado por Médicos Veterinários, essa atividade é chamada de inspeção ante mortemPode-se notar que os cuidados com o bem-estar do bovino devem ser rigorosos até a morte do animal. Quando há comprovação de que o animal está apto para o abate, ele sofre um processo no qual a morte não seja tão dolorosa, no caso do bovino, pode se optar pela pistola cativa. 

Pode-se perceber que a mão de obra em relação a essa operação exige muitos cargos como Criador do gado, Veterinários, Zootecnistas, Transportadores, Frigoríficos, Açougues dentre outrosTambém podemos perceber que essa atividade impõe muitas etapas nas quais devem ser realizadas com higiene fundamental 

Pecuarista e seu rebanho. Fonte: Revista Globo Rural

Recursos necessários para uma produção e seus valores 

O valor de um boi é calculado pelo seu peso, que normalmente é bem variável, e é medido em @, (@= 15kg). O preço chegou a R$ 219,65 por arroba em setembro de 2020. Essa é a cotação mais alta desde dezembro de 2019, quando o patamar atingido foi próximo a R$ 224 por arroba. Além disso, pode-se considerar que alguns tipos de gado, como um macho reprodutor, nesse caso, devem custar mais caro do que um apenas que fornece a carne.  

O pasto também é uma necessidade para a criação do gado. O preço tem uma variação enorme no mercado, dependendo do lugar onde se encontra e a quantidade de metros quadrados que o terreno possui, com isso, o valor se altera constantemente. 

Além do pasto, outro sistema de criação de gado é o Confinamento. Nele, o gado é separado em lotes e criado em área restrita (piquete, curral, baia). Os animais são alimentados por meio de cochos, com dieta balanceada, buscando-se melhores resultados produtivos. 

“Atualmente, não existe indicador de custos de produção para gado de corte confinado. Os indicadores existentes levam em conta apenas os dados relativos à criação de bovinos em pastagens. Mas como os custos da produção em confinamento e em pasto são bastante distintos, isso interfere na informação final que chega ao produtor”, explica o zootecnista Gustavo Lineu Sartorello. 

Criação de gado. Fonte: Boi Saúde

Grandes impactos para a refeição desejada pelos humanos 

A carne bovina, apesar de ser um dos alimentos mais consumidos e desejados, é a campeã de impacto ambiental, pois a pecuária é o setor que mais promove desmatamento na Floresta Amazônica, sendo responsável por grande parte da derrubada de árvores e pela redução da biodiversidade local. 

Na criação, o animal consome em média 64 litros de água por dia, ou seja, se pensarmos em um rebanho de 50 cabeças, teremos um consumo diário médio de 3.200 litros de água. Além da água, os gados necessitam de comida, que normalmente é composta por capimfeno e de outros vegetais volumosos concentrados, que são ricos em energia, proteínas, minerais e vitaminas. Eles consomem em média de 9 a 15kg por dia. 

Além disso, esse setor também é responsável por emitir grandes quantidades de gases de efeito estufa, poluindo mais do que o setor de transportes. Estudos mostram que a pecuária bovina é responsável pela emissão de pelo menos 50% dos gases-estufa, principalmente do gás carbônico (CO2) e do metano (CH4). 

Consumo de proteína
Uso de recursos naturais de acordo com o tipo de produção (origem vegetal vs origem animal)

Resíduos gerados, mas não descartados com consciência 

Durante as etapas da produção da carnesão gerados muitos resíduos que poluem o meio ambiente de forma intensa, desde a criação dos gados até chegar na casa do comprador. 

Os transportes no decorrer da produção, tanto dos bovinos para o abatedouro quanto das carnes para os mercados ou açougues, geram gases que são produzidos pelos veículos, como o monóxido de carbono, que prejudica a saúde dos seres vivopela grande quantidade produzida.  

Após a produção da carne, ela é destinada para os mercados ou açougues com o objetivo de ser vendida ao consumidor. Na venda, muitas embalagens como bandeja de isopor, plástico filme e sacolas plásticas são utilizadas e, após o consumo, são descartadas pelo consumidor. Essas embalagens demorarão anos para serem decompostas. 

Também, os gados durante a criação, produzem fezes, que muitas vezes são transformadas em esterco, muito utilizadas na produção da área de agropecuária, como fertilizante e condicionador dos solos para melhoria das práticas agrícolas. 

Muitas vezes, os resíduos gerados na produção prejudicam o meio ambiente, portanto, em outros casos, também ocorre de os resíduos serem reutilizados de forma eficiente e sem impactos no meio ambiente, como no caso do esterco. 

Ingestão de carne bovina não impacta apenas ao meio ambiente 

Estudo da Oxford Martin School, a pedido do Fórum Econômico de Davos, aponta que a produção de carne está no limite da demanda, e a diminuição do consumo salvaria vidas: 2,4% das mortes provocadas por alimentação no mundo poderiam ser evitadas caso houvesse uma redução no consumo de carne, sobretudo de origem bovina. Deixar de comer carne, ou até reduzir a quantidade, poderia salvar milhões de vidas e recair significativamente as emissões de dióxido de carbono. Nos países ricos, nos quais o consumo de carne bovina é mais elevado, o porcentual de vidas que se salvaria seria de 5%, destacou o Fórum Econômico Mundial, que reúne anualmente, em janeiro, as elites econômicas e políticas mundiais no leste da Suíça. Segundo o estudo, a demanda por carne continuará aumentando durante as próximas décadas, já que a população mundial pode chegar a 10 bilhões de pessoas antes de 2050. 

Segundo as autoras do Manifesto Sustentarea, por uma alimentação sustentávelAline Martins de Carvalho e Dirce Maria Lobo Marchioni, muitos hábitos constantes na vida do ser humano podem mudar: 

 Aumente o consumo de frutas, verduras, legumes. Diversifique! Encontre no site do Sustentarea receitas com frutas, verduras e legumes testadas pela nossa equipe! Lembre-se que batata e mandioca não são legumes! 

– Reduza o consumo de carne, especialmente de carne bovina. Não há necessidade de radicalismo! Comece aos poucos, mas comece já! As melhores substituições para carne são os feijões, incluindo ervilha, lentilha, grão de bico e soja. 

– Consuma cereais integrais (arroz integral, macarrão integral, quinoa, centeio, etc), evitando cereais refinados como arroz branco e macarrão. 

Assim, podemos repensar nossos hábitos alimentares. Comer uma comida saudável e sustentável pode ajudar a saúde e o planeta. 

 

Referências:

Aline Martins de Carvalho e Dirce Maria Lobo Marchioni. Manifesto Sustentarea Link: 

http://www.fsp.usp.br/sustentarea/wp-content/uploads/2019/06/Manifesto-Sustentarea_site-2.pdf 

Yasmin Oliveira. Para um mundo mais sustentável Link: 

https://jornal.usp.br/universidade/para-um-mundo-mais-sustentavel-e-preciso-diminuir-o-consumo-de-carne/  

Valéria Dias. Indicador de custo auxilia produtor de gado em confinamento Link: 

https://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-agrarias/indicador-de-custo-auxilia-produtor-de-gado-em-confinamento/  

Valéria Dias. Indicador de custo auxilia produtor de gado em confinamento Link: 

https://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-agrarias/indicador-de-custo-auxilia-produtor-de-gado-em-confinamento/  

 Lívia de Oliveira Furlan. Fazendeiros poderão recuperar matas amazônicas Link: 

https://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-ambientais/fazendeiros-poderao-recuperar-matas-amazonicas/  

Valéria DiasBrasil tem potencial de produção de carne para demanda mundial Link: 

https://jornal.usp.br/atualidades/brasil-tem-potencial-de-producao-de-carne-para-demanda-mundial/