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Apresentação: Atualmente, o tema da atenção tem ocupado bastante espaço na escola. Na maioria das vezes, prevalece a discussão sobre a falta de atenção dos alunos, muitos deles com o diagnóstico de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). Nesses casos, a atenção é entendida como algo mental, individual e controlado pelo cérebro, devendo o transtorno ser tratado com medicamentos. No entanto, quando a escola assume a importância da investigação nas práticas de ensino e aprendizagem de professores e alunos, é preciso problematizar essas ideias hegemônicas e abrir uma discussão sobre as diversas camadas que envolvem o problema da atenção e seu cultivo. A atenção é mera condição para a aprendizagem ou é, ela própria, sujeita à aprendizagem e ao cultivo? Qual o papel das tecnologias digitais e da arte na produção dos diferentes regimes de atenção de crianças e adultos? Que ecossistemas atencionais a escola vem oferecendo? Que regimes de atenção são valorizados pela escola? Como cultivar modos de atenção mais propícios à investigação e à invenção?
Palestrante: Virginia Kastrup
Data: terça-feira, 7 de março
Horário: 19h00 às 20h30
Currículo: Doutora em psicologia clínica (PUC-SP) e professora titular do Instituto de Psicologia da UFRJ e bolsista PQ do CNPq na área de psicologia cognitiva. Suas pesquisas se articulam em torno do problema da invenção, com desdobramentos sobre a aprendizagem, a atenção, a arte e a deficiência visual. Publicou A invenção de si e do mundo (Autêntica, 2007), Políticas da cognição (Kastrup, Tedesco e Passos, Sulina, 2008), Histórias de cegueiras (Kastrup e Pozzana, CRV, 2016) e Cegueira e invenção (CRV, 2018). É uma das organizadoras de Pistas do Método da Cartografia v. 1 (Passos, Kastrup e Escóssia, Sulina, 2009) e Pistas do Método da Cartografia v. 2 (Passos, Kastrup e Tedesco, Sulina, 2014), Exercícios de ver e não ver: arte e pesquisa com pessoas com deficiência visual (Moraes e Kastrup, Nau, 2010) e Movimentos micropolíticos em saúde, formação e reabilitação (Kastrup e Machado, CRV, 2016), além de diversos artigos em revistas especializadas.