Manhã

• Palestra: Atenção à diversidade no ensino do sistema de escrita alfabética

  Avanços de uma investigação sobre o ensino intensivo do sistema de escritura nas escolas públicas do Uruguai, com crianças que iniciam o 2º ano. A proposta combinou intervenções pedagógicas e organizacionais para atender à diversidade na aula, pela diversificação de situações de ensino e do uso de reagrupamentos flexíveis. Serão compartilhados resultados, avanços conceituais e reflexões sobre as condições que possibilitaram a aprendizagem.

  

  Mirta Castedo

  Professora de graduação. Doutora em Investigação Educativa. Professora emérita da Universidad Nacional de La Plata. Membro do Conselho Consultivo da Red Latinoamericana de Alfabetização

   

• Relato de experiência: Alfabetização e a educação para relações étnico-raciais

  Um panorama sobre as pesquisas em educação para as relações étnico-raciais e alfabetização nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental. Os estudos ressaltam a importância de propor situações de leitura e escrita que valorizem a pluralidade e a diversidade étnico-culturais afro-brasileira e africana. Serão apresentadas algumas propostas pedagógicas a partir da experiência na sala de aula na instituição escolar ateliescola acaia. Além disso, serão compartilhadas reflexões sobre como as instituições escolares podem assegurar uma educação com equidade racial para as crianças, em consonância com a Lei. 10.639/03.

  Karina Santos da Silva

  Pedagoga, mestra em Educação pela Unicamp e Especialista em Alfabetização pelo Instituto Vera Cruz. Professora dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, atualmente coordena o Centro de Estudos e Pesquisas do ateliescola acaia. Desenvolve atividades de formação continuada de professores, produção e análise de materiais didáticos. Pesquisa os seguintes temas:  alfabetização, ensino, aprendizagem e relações étnico-raciais na educação.

Tarde

• Mesa 1: Experiências com gestão da aprendizagem em contextos vulneráveis: EMEF Profa. Maria Aparecida Rodrigues Cintra e EMEF Espaço de Bitita

  Nesta mesa, os gestores escolares compartilham suas estratégias de trabalho em duas escolas, localizadas em contextos vulneráveis, além de exemplos de intervenções tendo como foco a gestão das aprendizagens e a mobilização das famílias e comunidades no projeto político-pedagógico dessas instituições de ensino.

  Luiz Fernando Costa: Diretor da EMEF Profa. Maria Aparecida Rodrigues Cintra, mestre em Educação: História, Política, Sociedade pela PUC-SP, professor coordenador do projeto "Uma jornada pela diáspora africana" (premiado no Educação em Direitos Humanos, SMDHC-SP) e professor do curso de Pedagogia do Instituto Vera Cruz.

  Raquel Queiroz: Graduada em Pedagogia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (2004). Mestra em Saúde Pública pela USP (2008), e pós-graduada em Psicomotricidade pela FMU (2011). Pós-graduanda em Alfabetização: Relações entre Ensino e Aprendizagem pelo Instituto Vera Cruz. Professora de Educação Infantil e Ensino Fundamental I, atuando em CEI, EMEI e EMEF desde 2008, e atua, desde de 2021, como coordenadora pedagógica na Prefeitura Municipal de São Paulo, atualmente na EMEF Profa. Maria Aparecida Rodrigues Cintra.

  Cláudio Marques da Silva Neto: Diretor da EMEF Espaço Bitita, mestre, doutor e pós-doutor em Educação pela USP. É autor do livro Indisciplina e violência escolar: dilemas e possibilidades (Porto de Ideias Editora, 2017) e coautor de A era do engano (Editora Nzamba, 2024). Também é autor e coautor de artigos científicos sobre indisciplina, violência, desigualdade educacional e (in)justiça na escola. É diretor da Escola Espaço de Bitita, da Rede Municipal de São Paulo, instituição integrante da Rede PEA/UNESCO. Em março de 2024, recebeu, da Câmara Municipal de São Paulo, o título de Cidadão Paulistano em reconhecimento à sua contribuição à educação na cidade de São Paulo. Em 2025, é um dos finalistas indicados ao Prêmio Darcy Ribeiro de Educação, da Câmara Federal.

  Cadú Fernandes: Carlos Eduardo Fernandes Júnior (Cadú), doutor em Artes pelo Instituto de Artes da Unesp e pedagogo pela mesma instituição. Há 22 anos, é assessor educacional e pesquisador das políticas de formação continuada dedicada às professoras e professores das redes públicas. Trabalhou na construção dos direitos de aprendizagem do currículo das escolas municipais da cidade de São Paulo. Atua como coordenador pedagógico da EMEF Espaço de Bitita no bairro do Canindé.

• Mesa 2: Alfabetização e o tratamento dado às diferenças em contextos variados

  A mesa trará comunicações de dois projetos de intervenção com foco na formação de leitores e alfabetização inicial em sala multisseriada. A mediação de leitura em um contexto hospitalar também é tema desse espaço.
   

  Comunicação 1: Recuperação das aprendizagens no contexto multietário – Espaço Ekoa

  Mikaela Sepulvida: Mulher preta, pedagoga, pós-graduada em ERER e professora de alfabetização em sala multisseriada de 1º e 2º ano do Ensino Fundamental I, no Espaço Ekoa.

  Dora Amaral: Formada em Pedagogia pela Unicamp, cursa pós-graduação em Psicopedagogia no Sedes Sapientiae. Atua como professora de turma multietária dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental no Espaço Ekoa.

  Tais Gaspar: Formada em Pedagogia pela Faculdade de Educação da USP,  atua como professora dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental e, hoje, em turma multietária no Espaço Ekoa.
   

  Comunicação 2: Curar não é suficiente: a mediação da leitura literária no cuidado integral de crianças com câncer

  Tatiana Lagun Costa: Pesquisadora em pedagogia hospitalar e integrante do grupo ALICE (Alfabetização Inicial e Culturas do Escrito) no Núcleo FE/USP. Pós-graduanda nos cursos de Alfabetização: Relações entre Ensino e Aprendizagem e de Literatura para Crianças e Jovens pelo Instituto Vera Cruz, atua na formação de professores com ênfase em mediação de leitura e alfabetização. Conduz, em parceria com a Aliança AMARTE, o mapeamento nacional das práticas pedagógicas em classes hospitalares. É autora de ALICE (2021), assina o posfácio de A história de uma mãe (2023) e publicou artigos em Pediatric Blood & Cancer (2022) e na revista Veras (2024).
   

  Comunicação 3: O projeto didático como ferramenta para intervenção no processo de construção da escrita — uma intervenção na comunidade de Paraisópolis

  Aline Magalhães Tavares Leite: Graduada em Pedagogia, é pesquisadora no Instituto Vera Cruz, na pós-graduação Alfabetização: Relações entre Ensino e Aprendizagem, pelo Instituto Vera Cruz. Também é professora alfabetizadora de escola privada. Áreas de interesse: alfabetização e didática.

  Milena Santos Luz: Graduada em Pedagogia e atua como professora alfabetizadora. Também é pesquisadora no Instituto Vera Cruz, no curso de pós-graduação Alfabetização: Relações entre Ensino e Aprendizagem. Atualmente, trabalha como educadora social em uma OSC, na comunidade de Paraisópolis, na capital de São Paulo.

• Mesa 3: Perspectivas e evidências em torno da alfabetização no contexto das culturas do escrito

  Nesta mesa, cada comunicação, conduzida por ex-alunas e aluno da pós-graduação em Alfabetização, do Instituto Vera Cruz, trata de aspectos fundamentais do ensino da leitura e da escrita, valorizando experiências didáticas que promovem o diálogo entre os saberes dos estudantes e os conteúdos que se quer ensinar.
   

  Comunicação 1: O Mistério das Crianças Pensantes: oralidade e escrita atravessando um texto literário desafiador

  Gabriela de Mello Poyares Jardim: Começou sua trajetória na faculdade de Letras e, embalada pela literatura infantil, mergulhou no universo das crianças. É mãe do Francisco e professora alfabetizadora na Estilo de Aprender, escola de São Paulo. Licenciada em Letras pela USP e formada em Pedagogia pela Universidade Anhembi Morumbi, especializou-se em Alfabetização pelo Instituto Vera Cruz em 2024. Desde 2016, atua em escolas construtivistas, no 1º e 2º ano do Ensino Fundamental.
   

  Comunicação 2: A segmentação do texto em palavras sob o ponto de vista da criança: precisa ou não precisa separar?

  Lailah Godoy Simöes de Mello: Professora da Rede Municipal de Campinas desde 2018, com atuação nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental. Possui especialização em Alfabetização pelo Instituto Vera Cruz (2022). Graduou-se em Pedagogia pela UFSCar (2014) e em Letras pela USP (2010).
   

  Comunicação 3: Soluções encontradas pelas crianças para resolver problemas colocados pela escrita e revisão na produção de cartas do jogo Super Trunfo

  Luca Nucci Vernalha: Pós-graduado pelo Instituto Vera Cruz em Alfabetização, com graduação em Psicologia pela PUC-SP e Pedagogia pelo Centro Universitário Senac.  Realizou formação com professores da rede pública em Passo do Camaragibe (AL) e apresentou seu trabalho de pesquisa na conferência Constructionism e FabLearn, na Universidade de Columbia, Nova York. Atua como professor titular dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental no Colégio São Domingos (SP).
   

  Comunicação 4: A aquisição da escrita alfabética: um olhar mais criterioso para o processo cognitivo

  Michelle Dallacqua da Silva: Mestranda em Educação pela UNITAU, especialista em Alfabetização e Gestão Escolar, com graduação em Pedagogia e Fonoaudiologia. Atua como assessora de política educacional em São José dos Campos, com foco na formação de professores alfabetizadores. Sua pesquisa investiga a transposição didática de docentes iniciantes após ciclos formativos do Programa Alfabetiza Juntos SP

• Mesa 4: Alfabetização e diversidade linguística

  A diversidade de línguas, escritas e culturas e sua relação com a alfabetização revelam-se uma discussão cada vez mais necessária. As comunicações desta mesa colocam em evidência a necessidade do conhecimento sobre a alfabetização em escolas bilíngues, bem como uma reflexão sobre como a escola pode (e deve) escutar de modo sensível e respeitoso os falares das comunidades tradicionais, compreendendo que essas formas de expressão carregam não apenas identidades culturais, mas também conhecimentos ancestrais e saberes profundos sobre os biomas brasileiros, se constituindo como expressão legítima de modos de vida.
   

  Comunicação 1 – A construção da escrita por crianças bilíngues: as marcas de um processo

  Teca Antunes: Pedagoga e mestra em Educação Especial pela FE/USP, especialista em Educação Bilíngue pelo Instituto Singularidades e especialista em Alfabetização pelo Instituto Vera Cruz. Atua na direção pedagógica de escola bilíngue em São Paulo e como formadora de professores.
   

  Comunicação 2: Comunidades tradicionais e os seus diversos falares: uma reflexão sobre a escuta da escola

  Lisangela Kati Nascimento: Mestra e doutora em Geografia com ênfase em ensino dessa mesma área pela USP. Sua pesquisa de mestrado teve como foco de investigação a relação entre o ensino de Geografia e a identidade cultural de estudantes quilombolas da região do Vale do Ribeira (SP). Em sua tese de doutorado, defendeu a importância do estudo do lugar de vivência dos alunos no currículo escolar. Fez pós-doutorado pelo Programa de Ciência Ambiental do Instituto de Estudos Energéticos (IEE) da USP, e sua pesquisa teve como foco o estudo da relação entre escola, comunidades tradicionais, diversidade sociocultural, interdisciplinaridade, questões socioambientais, políticas públicas de educação, currículo e formação de professores.

• Mesa 5: Grupo de Pesquisa Investigação Didática do Instituto Vera Cruz (GRUPID-VC)

  As duas investigações desta mesa têm a diversidade da sala de aula como objeto de pesquisa. Em andamento, partem do pressuposto de que a aprendizagem da leitura e da escrita se constrói a partir de repertórios variados e que é papel da escola planejar estratégias de ensino ancoradas nessa diversidade de saberes considerando aspectos como: agrupamentos e consignas diversificadas, intervenções específicas, interações entre crianças e outros elementos que compõem a gestão da sala de aula. Serão compartilhados "achados", reflexões e avanços pedagógicos possibilitados até o momento.
   

  Comunicação 1: Diversidade de saberes em sala de aula e o tratamento dado a essa característica

  Pesquisa em andamento em três escolas públicas e quatro escolas particulares de São Paulo: EE Ester Veris Cerpe, EMEB José Getúlio Escobar Bueno,  EM Profa. Neyde Macedo Brandão, ateliescola acaia, Espaço Ekoa, Colégio Santa Cruz e Escola Vera Cruz.
   

  Comunicação 2: A diversidade de saberes em leitura e escrita e os fazeres das professoras

  Susana Felix Paes Corrêa Leite: Pós-graduanda em Alfabetização pelo Instituto Vera Cruz. Graduada em Pedagogia e História, com especialização em Psicopedagogia Clínica e Institucional. Foi professora da rede municipal de Bertioga, onde atuou como coordenadora pedagógica, orientadora de estudos do PNAIC e técnica da Secretaria de Educação, sendo responsável pela formação de coordenadores pedagógicos e professores dos Anos Iniciais. É professora de Educação Básica I na Prefeitura Municipal de Guarujá (PMG) e coordenadora de Ações Educacionais na Secretaria Municipal de Educação. Também atuou como formadora do curso Leitura e Escrita na Educação Infantil (LEEI). Em 2017, foi uma das 50 finalistas do Prêmio Educador Nota 10 com o projeto de alfabetização "Pensar, brincar, ler e escrever"”.

Terça-feira, dia 28 de outubro

• Palestra: Formação de formadores: o funcionamento da cadeia formativa centrada na tematização da prática

  A partir dos resultados apresentados na tesis de maestría em Escritura y Alfabetización, na Universidad Nacional de La Plata (Argentina), refletiremos sobre o funcionamento de uma cadeia formativa no processo de formação de formadores tendo como foco o estudo das situações de tematização da prática e as ações realizadas nas diferentes instâncias. Os dados analisados revelam em que medida o que foi trabalhado em cada instância da cadeia formativa correspondeu ao que se fez no nível seguinte — o que se conservou e as transformações que foram produzidas — e o que os sujeitos — formadores e professores —conseguiram ensinar e aprender a partir do trabalho de formação.

  

  Carla Tocchet

  Formada em Educação, mestra em Escritura y Alfabetización na Universidad Nacional de La Plata sob a orientação das professoras Telma Weisz e Delia Lerner, codirectora na maestría. Assessora e formadora de secretarias municipais de Educação na área de ensino de Língua Portuguesa. Produtora de materiais didáticos para os Anos Iniciais do Ensino Fundamental de redes públicas. Atuou como formadora da equipe central do Programa Ler e Escrever na Secretaria da Educação do Estado de São Paulo. Coordenadora do grupo de pesquisa e investigação da parceria entre o Instituto Vera Cruz e a Universidad Nacional de La Plata. Coordenadora pedagógica do Programa de Redes municipais na Parceiros da Educação. É também docente do curso de pós-graduação  Alfabetização: Relações entre o Ensino e Aprendizagem, no Instituto Vera Cruz.

Quinta-feira, dia 30 de outubro

• Apresentação da Red Latinoamericana de Alfabetização

  Giovana Zen, Rosaura Soligo e Renata Frauendorf

• Palestra: Alfabetização e diversidade – tratamento dado às atividades diversificadas

  O respeito pelos diferentes pontos de partida das crianças em relação ao conhecimento do sistema de escrita e o reconhecimento de que cada uma chega com experiências prévias únicas exigem práticas de ensino de alfabetização que respondam à diversidade da sala de aula. A sistematização das variáveis didáticas, desenvolvida pela Didática da leitura e da escrita, permite aos educadores criar experiências de aprendizagem que se ajustem de maneira mais precisa às necessidades e potencialidades de cada estudante. Nesta conferência, serão compartilhadas experiências práticas sobre o design e desenvolvimento de tarefas diversificadas de leitura e escrita nos primeiros anos do Ensino Fundamental.

  Gabriela Hóz
  Professora em Ciências da Educação e mestra em Escrita e Alfabetização. É docente de institutos de formação docente, coordenadora da área de Práticas de Linguagem em escolas primárias e docente da Faculdade de Humanidades e Ciências da Educação pela Universidad Nacional de La Plata, onde dirige o mestrado e a especialização em Escrita e Alfabetização. Há mais de 15 anos, dedica-se à formação continuada de professores e à investigação sobre ensino de práticas de linguagem e processos de alfabetização.