O olhar questionador de Lia Schucman sobre a branquitude

Convidada de honra para o lançamento do número de estreia da revista Zum-Zum, Lia Vainer Schucman é doutora em Psicologia Social pela Universidade de São Paulo (USP), considerada uma das principais referências no estudo da branquitude – a ideia falaciosa da superioridade moral, intelectual e estética associada ao “ser branco”. Partindo da constatação de que raça do ponto de vista biológico não existe, Lia analisa os pressupostos que transformam a branquitude em um sistema de poder. Cria-se, assim, uma hierarquia baseada no racismo que permeia as estruturas da sociedade e reproduz a desigualdade.

Suas obras abordam as implicações das relações de dominação racial em diversos âmbitos da vida cotidiana, e também as possibilidades de desconstrução do racismo em sujeitos brancos. Sua tese de doutorado virou o livro Entre o Encardido, o Branco e o Branquíssimo: Branquitude, Hierarquia e Poder na Cidade de São Paulo (Veneta, 2020). A pesquisa de pós-doutoramento, por sua vez, originou Famílias Interraciais: tensões entre cor e amor (Editora da UFBA, 2018). Na visita virtual ao Vera, Lia abordou temas como racismo estrutural e institucional, branquitude, a reação dos brancos diante das demandas de equidade racial e seu papel na luta antirracista.

Luiz Lira

Luiz Lira morou em Pernambuco e lá iniciou o desenho. Ao vir para São Paulo, começou a fazer gravuras ainda criança, quando entrou no Instituto Acaia. Seus estudos tiveram relação com a capoeira, o desenho e a cerâmica; essas três vertentes estruturam o seu fazer artístico hoje. Posteriormente, ingressou no Instituto Criar e fez formação em Cinema. A partir daí, dedicou-se aos estudos para vestibulares em universidades, assim participou do Acaia Sagarana. Lira ingressou na Unicamp e atualmente cursa Artes Visuais.  A experiência universitária faz com que se aproxime de outros grupos de gravuras, como Ateliê Piratininga e Xilomóvel. Também tem contato com Ernesto Bonato, que é um grande artista e pessoa. Trabalha em ateliês compartilhados em Campinas (SP) e suas produções são semeadas em diversos espaços.