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Yorùbáiano

Pinacoteca de São Paulo

A Pinacoteca de São Paulo apresenta a exposição individual de Ayrson Heráclito, artista baiano que aborda as mitologias africanas que permanecem enraizadas no Brasil após o período de escravidão, sobretudo a partir do século XIX. Com 63 obras, entre instalações, fotografias, vídeos e performances, a mostra ficará aberta para visitações até 22 de agosto.

Joseca Yanomami: Nossa Terra-Floresta

MASP

Integrante da comunidade Watoriki, na região do Demini, Amazonas, Joseca Yanomami é um artista visual reconhecido pela representação do cotidiano e cosmologia de seu povo. Na mostra do MASP, o desenhista reunirá, entre julho e outubro, uma vasta coleção de 93 obras, sendo a maior parte delas em papel. Além disso, um catálogo será publicado com a reprodução de todos os desenhos e ensaios de especialistas especialmente comissionados para a ocasião.

Memórias do Futuro: Cidadania Negra, Antirracismo e Resistência

Memorial da Resistência de São Paulo

Com curadoria do sociólogo e escritor Mário Medeiros, a exposição apresenta ao público paulista um panorama histórico das lutas por direitos promovidas pela população negra do estado. Nesse contexto, o museu irá abrigar, até maio de 2023, uma extensa pesquisa de fotografias, jornais, documentos, manifestos e cartazes que expõe as forças de repressão e violência que permeiam a história do país. Alguns dos artistas que integram a exibição são Jesus Carlos, Mariana Ser, Monica Cardim e Tiago Alexandre.

Design e Tecnologia no Tempo da Escravidão

Museu Afro Brasil

Av. Pedro Álvares Cabral, Parque Ibirapuera, Portão 10
Tour virtual disponível no Google Arts & Culture

A mostra permanente questiona a visão de que a presença africana na formação do Brasil se restringe às artes e à cultura. A exposição apresenta a contribuição tecnológica dos povos africanos em campos como astronomia, mineração e agricultura – e a exploração dessas inovações pelos colonizadores portugueses.

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Racista, eu? – Afrobrasilidades e a luta antirracista

Cristina Astolfi, Flavia Natércia, Silvia Panazzo

Editora do Brasil, R$ 89,70 no site da editora

Cristina Astolfi, que trabalha na equipe de edição de materiais didáticos da Casa Vera Cruz, é a autora da obra que trata da história e da cultura africana e afro-brasileira a partir de uma abordagem antirracista. Voltado sobretudo para alunos do anos finais do Fundamental 2 e Médio, o livro traz provocações sobre o significado do racismo. Cristina argumenta que somos racistas não apenas quando manifestamos ódio a um grupo por conta da cor da pele, mas quando, por exemplo, não nos mexemos para defender alguém que sofre ataques raciais. Conforme a autora, uma “provocação e um convite” para ser antirracista o tempo todo, todos os dias, em todos os lugares.

Não basta não ser racista – sejamos antirracistas

Robin Diangelo

Faro Editorial, R$ 44,90 no site da editora

Segundo estudo de 2021, 84% dos brasileiros reconhecem a existência do racismo no país, mas, no entanto, apenas 4% destes se consideram vetores desse preconceito. É a partir desse cenário – de um racismo que é discutido à distância por boa parte da população branca – que a escritora norte-americana Robin DiAngelo nos convoca a um engajamento ativo na luta antirracista, engajamento este que começa no reconhecimento do racismo estrutural que condiciona muitas das nossas práticas do dia a dia. Nesse sentido, Não basta não ser racista – sejamos antirracistas é um chamado à conversa pública sobre aquilo que, para ser superado, deve, antes de tudo, ser trazido à tona – sem negação e com honestidade.

Sinopse oficial: É hora de todos os brancos abandonarem a ideia de superioridade e, de fato, atuarem no combate ao racismo. Negação, silêncio, raiva, medo, culpa… essas são algumas das reações mais comuns quando se diz a uma pessoa que agiu, geralmente sem intenção, de modo racista. Ser abertamente racista não é algo socialmente aceitável. Ninguém quer ser visto assim. Mas cada vez que se nega o racismo, impedimos que ele seja abordado e que nossos preconceitos sejam discutidos. As reações de negação não servem apenas para silenciar quem sofre o preconceito, também escondem um sentimento que a autora Robin Diangelo passou a chamar de fragilidade branca. Em seus estudos, Diangelo catalogou frases, palavras e sentimentos de voluntários que se veem sem qualquer preconceito e demonstrou que, no fundo, ele estava lá. Sua proposta é que todos comecem a ouvir melhor, estabeleçam conversas mais honestas e reajam a críticas com educação e tentando se colocar no lugar do outro. Não basta apenas sustentar visões liberais ou condenar os racistas nas redes sociais. A mudança começa conosco.

Angola Janga

Marcelo D’Salete

Veneta, R$ 94,90 no site da editora

Em formato de quadrinhos, Angola Janga conta a história do Quilombo dos Palmares, formado no fim do século 16 na capitania de Pernambuco. Símbolo da resistência contra a escravidão no Brasil, Angola Janga chegou a reunir cerca de 20 mil habitantes, que resistiram contra os ataques das forças coloniais por mais de 100 anos. A obra aborda a presença e importância do líder quilombola Zumbi dos Palmares, além de Ganga Zumba, Domingos Jorge Velho, Ganga Zona e outros protagonistas da luta pela liberdade no país. Vencedor do Prêmio Jabuti em 2018 na categoria História em Quadrinhos.

Sinopse oficial: Angola Janga, “pequena Angola” ou, como dizem os livros de história, Palmares. Por mais de cem anos, foi como um reino africano dentro da América do Sul. Formada no fim do século XVI, em Pernambuco, a partir dos mocambos criados por fugitivos da escravidão, Angola Janga cresceu, organizou-se e resistiu aos ataques dos militares holandeses e das forças coloniais portuguesas. Tornou-se o grande alvo do ódio dos colonizadores e um símbolo de liberdade para os escravizados. Durante onze anos, Marcelo D’Salete pesquisou e preparou-se para contar a história dessa rebelião que tornou-se nação, referência maior da luta contra a opressão e o racismo no Brasil. O resultado é um épico no qual o destino do país é decidido em batalhas sangrentas, mas que demonstra a delicada flexibilidade da resistência às derrotas. Um romance histórico em quadrinhos que fala de Zumbi, e de vários outros personagens complexos como Ganga Zumba, Domingos Jorge Velho, Ganga Zona e diversos homens e mulheres que compõem o retrato de um momento definidor do Brasil.

Ideias para adiar o fim do mundo

Ailton Krenak

Companhia das Letras, R$ 24,90 no site da editora

Escritor, ativista socioambiental e líder indígena, Ailton Krenak critica a noção de humanidade como algo separado da natureza. Em sua obra Ideias para adiar o fim do mundo, o autor explica que a resistência indígena deve ser pautada não pela premissa de que somos todos iguais, mas pelo reconhecimento da diversidade e a recusa do humano como um ser superior aos demais.

Sinopse oficial: O autor, líder indígena, critica a ideia de humanidade como algo separado da natureza. Essa premissa estaria na origem do desastre socioambiental de nossa era, o chamado Antropoceno. Daí que a resistência indígena se dê pela não aceitação da ideia de que somos todos iguais. Somente o reconhecimento da diversidade e a recusa da ideia do humano como superior aos demais seres podem ressignificar nossas existências e refrear nossa marcha insensata em direção ao abismo. “Ideias para adiar o fim do mundo” é uma adaptação de duas conferências e uma entrevista realizadas em Portugal, entre 2017 e 2019.

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Kiriku e a feiticeira

Michel Ocelot, 1998

Disponível no YouTube 

Adaptando uma antiga lenda da África Ocidental, a animação franco-belga de 1998 conta a história de Kiriku, um menino africano que nasceu minúsculo. Ele não alcança nem o joelho de um adulto, mas o seu destino possui um desafio gigantesco: enfrentar a feiticeira Karabá, que secou a fonte d’água da aldeia, engoliu todos os homens que foram enfrentá-la e ainda pegou todo o ouro que tinham. Para isso, Kiriku enfrenta muitos perigos e se aventura por lugares que somente pessoas pequeninas conseguem acessar. 

 

Sinopse oficial: Na África nasce um menino minúsculo, cujo tamanho não alcança nem o joelho de um adulto, com um destino: enfrentar a poderosa e malvada feiticeira Karabá, que secou a fonte d’água da aldeia, engoliu todos os homens que foram enfrentá-la e ainda pegou todo o ouro que tinham. Para isso, Kiriku enfrenta muitos perigos e se aventura por lugares onde somente pessoas pequeninas poderiam entrar. História baseada em uma lenda da África Ocidental.

ÔRÍ

Raquel Gerber, 1989

Disponível no YouTube

Lançado em 1989, o documentário Ôrí mostra, a partir da vida da ativista Beatriz Nascimento, a história dos movimentos negros no Brasil entre 1977 e 1988. Com direção de Raquel Gerber, o filme traça um panorama social, político e cultural do país, mostrando a importância dos quilombos na formação da nacionalidade. A obra também possui uma linguagem poética ao mostrar a relação da comunidade negra com o tempo, o espaço e a ancestralidade – poesia que pode ser percebida no título do documentário, visto que “Ôrí” significa “cabeça”, ou “consciência negra” em língua yorubá. 

 

Sinopse oficial: Ôrí significa “cabeça”, “consciência negra”, em língua yorubá. A música, a dança, o gesto, o ritual, na expressão da cultura mais antiga da humanidade. “Ôrí” documenta os movimentos negros brasileiros entre 1977 e 1988, passando pela relação entre Brasil e África, tendo o quilombo como ideia central de um contínuo histórico e apresentando como fio condutor a história pessoal de Beatriz Nascimento, historiadora e militante negra, falecida prematuramente no Rio de Janeiro, em 1995. O filme mostra também a comunidade negra em sua relação com o tempo, o espaço e a ancestralidade, através da concepção do projeto de Beatriz, do “quilombo” como correção da nacionalidade brasileira.

Autoavaliação institucional participativa
YouTube do Vera

Acesse através do link

No encontro com Denise Carreira e Ednéia Gonçalves, da ONG Ação Educativa, o Vera promoveu uma análise do primeiro ano do projeto de educação antirracista. As autoras da metodologia que inspirou as ações avaliaram as conquistas e os pontos de avanço da Escola e do Instituto.

Corra!

Jordan Peele, 2017

Disponível na Apple TV, Youtube e Google Play (aluguel)

Indicado ao Oscar em 2018, o filmese destaca das demais produções sobre racismo por abordar o tema no gênero de terror. O longa começa mostrando o relacionamento quase perfeito entre o casal interracial Chris (Daniel Kaluuya) e Rose (Allison Williams). A atmosfera de romance, no entanto, passa a dar lugar a um cenário de suspense quando o protagonista percebe algo de incomum na primeira vez que visita a casa dos sogros.

Histórias Cruzadas

Tate Taylor, 2011

Disponível no Star+

Inspirado no romance homônimo de Kathryn Stocket, a obra conta a jornada de Skeeter (Emma Stone) para se tornar uma escritora renomada. Para isso, o plano da protagonista é entrevistar mulheres negras que tenham deixado de lado a própria vida para se dedicar aos cuidados dos filhos da elite branca norte-americana. Uma das primeiras voluntárias é Aibileen Clark (Viola Davis), empregada doméstica de sua melhor amiga. À medida que vão se conhecendo, as duas passam se tornar cada vez mais próximas, o que leva Skeeter a perceber o a discriminação e o racismo em seu próprio círculo social.

Luiz Lira

Luiz Lira morou em Pernambuco e lá iniciou o desenho. Ao vir para São Paulo, começou a fazer gravuras ainda criança, quando entrou no Instituto Acaia. Seus estudos tiveram relação com a capoeira, o desenho e a cerâmica; essas três vertentes estruturam o seu fazer artístico hoje. Posteriormente, ingressou no Instituto Criar e fez formação em Cinema. A partir daí, dedicou-se aos estudos para vestibulares em universidades, assim participou do Acaia Sagarana. Lira ingressou na Unicamp e atualmente cursa Artes Visuais.  A experiência universitária faz com que se aproxime de outros grupos de gravuras, como Ateliê Piratininga e Xilomóvel. Também tem contato com Ernesto Bonato, que é um grande artista e pessoa. Trabalha em ateliês compartilhados em Campinas (SP) e suas produções são semeadas em diversos espaços.