O combate ao racismo em vídeos autorais em inglês

Maria Laura Saraiva

Representatividade, diversidade e inclusão: por cerca de três meses, os alunos do 1o ano do Ensino Médio tiveram a chance de explorar esses três temas por meio da produção de conteúdos audiovisuais, todos feitos integralmente em língua inglesa. 

“O momento de escolha do tema foi permeado por discussões quentes, incluindo o lugar de fala dos próprios estudantes e a relevância do tema para a escola como um todo”, conta o professor Wagner Veillard. “Alguns alunos chegaram a levantar a questão da ausência de negros na turma, mas no fim ficou evidente que, ainda assim, era possível desenvolver uma reflexão.”

Os grupos produziram três curtas. O primeiro foi pautado na presença de profissionais negros na indústria do cinema, incluindo estereótipos, episódios de blackface (ato de escurecer a pele para atuar no lugar de um negro ou negra) e desempenho em premiações. Outro vídeo mostrava as iniciativas antirracistas do próprio Vera. Já a terceira produção reuniu um compilado de boas práticas para a chegada de novos colegas, independentemente de classe social ou etnia. 

Além dos aspectos relacionados à Língua Inglesa, como pronúncia e vocabulário, os projetos também foram avaliados quanto à abordagem das temáticas, garantindo a interdisciplinaridade na produção. Veja o curta abaixo:


Diversidade olímpica

A professora Christiane Khatchadourian propôs aos alunos do 9º ano uma investigação étnica a respeito da história dos Jogos Olímpicos. Denominada “Unity in Diversity” (“Unidos na Diversidade”, em tradução livre), a atividade foi feita paralelamente ao andamento da edição de Tóquio, entre julho e agosto de 2021. Na plataforma interativa online, os estudantes trouxeram alguns dos episódios mais simbólicos envolvendo atletas negros na competição. Um dos exemplos citados foi o do norte-americano Jesse Owens, neto de escravos que conseguiu quatro medalhas de ouro nas Olímpiadas de 1936, em Berlim, na Alemanha nazista. Medalhistas brasileiros como o canoísta Isaquias Queiroz, a skatista Rayssa Leal e a ginasta Rebeca Andrade também apareceram nas reflexões sobre como a injustiça racial se reflete no universo esportivo. “A maior parte dos alunos estava sensibilizada com a questão da representatividade na competição, então o resultado final foi além de apenas uma tarefa escolar”, destaca Christiane.

Luiz Lira

Luiz Lira morou em Pernambuco e lá iniciou o desenho. Ao vir para São Paulo, começou a fazer gravuras ainda criança, quando entrou no Instituto Acaia. Seus estudos tiveram relação com a capoeira, o desenho e a cerâmica; essas três vertentes estruturam o seu fazer artístico hoje. Posteriormente, ingressou no Instituto Criar e fez formação em Cinema. A partir daí, dedicou-se aos estudos para vestibulares em universidades, assim participou do Acaia Sagarana. Lira ingressou na Unicamp e atualmente cursa Artes Visuais.  A experiência universitária faz com que se aproxime de outros grupos de gravuras, como Ateliê Piratininga e Xilomóvel. Também tem contato com Ernesto Bonato, que é um grande artista e pessoa. Trabalha em ateliês compartilhados em Campinas (SP) e suas produções são semeadas em diversos espaços.