Editorial

Sabemos que estamos apenas começando, mas é preciso reconhecer e celebrar: este ano e meio do projeto de educação antirracista do Vera trouxe conquistas significativas para nossa comunidade. Viabilizamos a chegada de alunos, famílias e profissionais negros que aportam novos conhecimentos e experiências ao nosso projeto pedagógico; avançamos na construção de um currículo antirracista e decolonial em todos os segmentos; testemunhamos alunas e alunos negros, de idades variadas, e profissionais se posicionando e buscando canais de escuta quando não gostam do que ouviram; percebemos que temos sido inspiração e referência para outras escolas particulares de São Paulo e do Rio de Janeiro; e claro, criamos a Zum-Zum, nossa revista digital que promove letramento racial e comunica as práticas pedagógicas antirracistas da Escola e do Instituto.

Chegamos à edição 2 buscando diferentes aspectos das relações interraciais, tirando-as da invisibilidade. Essa escolha se reflete nos diferentes textos que compõem este número. Para ficar em alguns exemplos: na entrevista, Cida Bento, figura incontornável no debate sobre diversidade, lança provocações incômodas e necessárias sobre o pacto da branquitude. Em sua coluna, Silvane Silva explica o papel da Educação Infantil no combate à discriminação. A reportagem sobre empreendedorismo negro traz a periferia para o centro da conversa. E, nas práticas pedagógicas, toda a potência das atividades de sala de aula que estão transformando o ensino e a aprendizagem do Vera.

O momento é de olhar para o que temos, conversar sobre isso e lançar para o que queremos. Educação, afinal, significa sustentar processos apoiados nos lastros já construídos a partir de princípios e valores do projeto pedagógico. Que esta edição da Zum-Zum possa contribuir para conversarmos de forma respeitosa e afetiva com a convicção de que estamos todos olhando para uma mesma direção. Ao assumir a educação antirracista como projeto político pedagógico do Vera, sabemos que a justiça curricular e a justiça democrática são dimensões da mesma ideia.

Por isso estamos todos aqui! Contamos com seu comentário, elogio ou crítica nos textos. Seguimos nos transformando. Boa leitura!

Comitê da Diversidade Racial da Escola Vera Cruz

3 respostas

  1. Olá! Que iniciativa maravilhosa! O mundo agradece e nosso Brasil em especial tem uma necessidade, devido o “aumento” ou seja a exposição do preconceito e discriminação e outros modos de inferiorizar o outro, cresce a cada dia! A importância desta introdução na educação infantil é de uma grandeza fora de série, pois as crianças não nascem preconceituosas, então é mais fácil de lidar, do que com adultos que já está com as raízes profundas nesse aspecto! Parabéns aos envolvidos nesta luta! Continuem com esta força! Multipliquem estas ações! Gratidão 👏🏽👏🏽👏🏽👏🏽

  2. Bom dia.
    Sou negro, sempre me posicionei a favor da diversidade, até porque somos todos seres humanos e devemos viver numa sociedade ética. Parabenizo a iniciativa desta instituição, infelizmente é um tema difícil, porém, necessário encarar com transparência e maturidade, cada vez que mais instituições e grupos sociais se propõem a tratar da questão da diversidade, abre espaço para mais ações que venham contribuir na inclusão social, e um mundo melhor.

  3. Esse protagonismo do Vera na educação em geral, e no sistema de ensino, em particular é fértil. E me alimenta de esperança na construção de um mundo melhor.

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Luiz Lira

Luiz Lira morou em Pernambuco e lá iniciou o desenho. Ao vir para São Paulo, começou a fazer gravuras ainda criança, quando entrou no Instituto Acaia. Seus estudos tiveram relação com a capoeira, o desenho e a cerâmica; essas três vertentes estruturam o seu fazer artístico hoje. Posteriormente, ingressou no Instituto Criar e fez formação em Cinema. A partir daí, dedicou-se aos estudos para vestibulares em universidades, assim participou do Acaia Sagarana. Lira ingressou na Unicamp e atualmente cursa Artes Visuais.  A experiência universitária faz com que se aproxime de outros grupos de gravuras, como Ateliê Piratininga e Xilomóvel. Também tem contato com Ernesto Bonato, que é um grande artista e pessoa. Trabalha em ateliês compartilhados em Campinas (SP) e suas produções são semeadas em diversos espaços.