Caio Liberman e Eduardo Lacerda
O presente trabalho é resultado de pesquisas feitas sobre a produção de roupas de couro. Sabe-se que essa atividade não é tão limpa e especialistas revelam os resíduos que essa produção libera.
Obtenção da matéria prima

Segundo os Laboratórios- do Departamento de Engenharia Química, “o processamento completo do couro, realizado em curtume, consiste em transformar a pele verde ou salgada em couro acabado. O processamento do couro é dividido em três fases de operações de trabalho: ribeira, curtimento e acabamento molhado”:
Fase de ribeira: operações de limpeza e preparação da pele para o curtimento;
Fase de curtimento: etapas de difusão e fixação de substâncias curtentes;
Fase de acabamento: operações de acabamento molhado, secagem, pré-acabamento e acabamento final.
Na fase de ribeira, é feita a preparação da pele para o curtimento através das operações de ribeira: remolho, depilação, caleiro, descarne, divisão, desencalagem, purga e píquel.
O curtimento baseia-se na reação de substâncias químicas curtentes com o colágeno da pele. Uma vez curtida, a pele passa a ser denominada couro. Quando o curtimento é feito com cromo, o couro é chamado de couro wet-blue devido a sua umidade e coloração.
O esquema explica as fases d processo de produção do couro do couro: LINK
Produção e descarte de resíduos na produção de couro
Segundo pesquisas da Universidade Federal do Rio Grande Do Sul, Escola de Engenharia, Departamento de Energia Química, os resíduos provenientes do setor Coureiro-Calçadista são classificados como classe I (perigosos), Samanta Vieira Pereira, estudante da universidade e autora da pesquisa, diz que devido à presença de cromo, e constituem um grave problema ambiental por causa das restrições cada vez mais rigorosas para a sua destinação final.
No Brasil, cerca de 95% dos resíduos gerados por este setor são dispostos em aterros. O tratamento térmico destes resíduos, com o aproveitamento da energia gerada no processo, é uma alternativa para a sua destinação final. As cinzas geradas neste processo são ricas em cromo, contendo aproximadamente 60% (p/p) de óxido de cromo (Cr2O3).
A produção de couro não só polui, mas também gasta recursos naturais, principalmente, a água. Em sua produção é preciso lavar o animal com água, inúmeras vezes, mas, o gasto está diminuindo, pois a indústria de couro está cada vez reutilizando mais água.
Mão de Obra e Relações de Trabalho
Segundo a ABDI (agência brasileira de desenvolvimento industrial) a indústria de couro também pode ser caracterizada pela intensidade no uso de trabalho humano, contribuindo de forma relevante para a geração de emprego na indústria. Sua importância na geração de empregos, contudo, foi atenuada ao longo dos últimos anos. Além disso, o emprego gerado ainda continua sendo de baixa qualificação e mal remunerado. Isto pode ser observado pela análise do desempenho do setor em termos de empregos e salários.
Muitas pessoas que utilizam vestimentas de couro e não faziam ideia do quanto isso polui a nossa Terra, não sabiam o que acontece com a pele do animal depois de ser abatido, e não sabiam como a mão de obra nesse setor é mal remunerada.
Depois dessa pesquisa percebemos que a indústria de couro polui muito, e uma alternativa para uma produção menos poluente seria couro sintético, pois a produção dele é muito mais limpa e não envolve nenhuma morte animal.
Referências Bibliográficas:
PEREIRA, Samanta V. Obtenção de cromato de sódio a partir das cinzas de incineração de resíduos de couro do setor calçadista visando à produção de sulfato básico de cromo – Universidade Federal do Rio Grande Do Sul, Escola de Engenharia, Departamento de Energia Química. Link: https://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/13461
Laboratórios, do Departamento de Engenharia Química: https://www.ufrgs.br/dequi-labs/lacouro/processamento-do-couro/
Link de onde foi obtido o esquema: https://www.ufrgs.br/dequi-labs/lacouro/processamento-do-couro/