Bruce Albert e Davi Kopenawa Yanomami
Companhia das Letras, R$ 92,90 no site da editora
A queda do céu é um manifesto xamânico e libelo contra a destruição da Floresta Amazônica. Publicada originalmente em francês, a obra é construída a partir de três pilares: a vocação de xamã desde a infância, o avanço do homem branco (e suas epidemias, violência e destruição) pela floresta e a jornada do líder indígena para denunciar a destruição de seu povo. O livro é resultado dos mais de 30 anos de convivência entre o etnólogo francês Bruce Albert e Davi Kopenawa Yanomami, xamã e porta-voz do povo Yanomami, situado na Floresta Amazônica.
Sinopse oficial: Um grande xamã e porta-voz dos Yanomami oferece neste livro um relato excepcional, ao mesmo tempo testemunho autobiográfico, manifesto xamânico e libelo contra a destruição da Floresta Amazônica. Publicada originalmente em francês em 2010, esta história traz as meditações do xamã a respeito do contato predador com o homem branco, ameaça constante para seu povo desde os anos 1960. “A queda do céu” foi escrito a partir de suas palavras contadas a um etnólogo com quem nutre uma longa amizade – foram mais de trinta anos de convivência entre Bruce Albert, o etnólogo-escritor, e o povo de Davi Kopenawa, o xamã-narrador. A vocação de xamã desde a primeira infância, fruto de um saber cosmológico adquirido graças ao uso de potentes alucinógenos, é o primeiro dos três pilares que estruturam este livro. O segundo é o relato do avanço dos brancos pela floresta e seu cortejo de epidemias, violência e destruição. Por fim, os autores trazem a odisseia do líder indígena para denunciar a destruição de seu povo.
Paulo Scott
Alfaguara, Grupo Companhia das Letras, R$ 52,90 no site da editora
Finalista do Prêmio Jabuti e do International Booker Prize, a obra retrata a história de dois irmãos que, embora filhos de mesmo pai e mãe, enfrentam realidades diferentes por causa da cor da pele. Federico, o mais velho, é claro, “de cabelo lambido”. Lourenço é preto. A complexidade da trama se intensifica quando Federico, que dedicou a vida como ativista dos direitos humanos, participa de uma comissão em Brasília para discutir as cotas raciais nas universidades. Mais do que os debates políticos, o protagonista é obrigado a enfrentar as lembranças de eventos traumáticos da própria infância e da juventude.
Sinopse oficial: Os irmãos Federico e Lourenço são muito diferentes. Federico, um ano mais velho, é grande, calado e carrega uma raiva latente. Lourenço é bonito, joga basquete e é “muito gente boa”. Federico é claro, “de cabelo lambido”. Lourenço é preto. Filhos de pai preto eles crescem sob a pressão da discriminação racial. Lourenço tenta enfrentá-la com naturalidade, e Federico se torna um incansável ativista das questões raciais. Federico, o narrador desta história, foi moldado na violência dos subúrbios de Porto Alegre. Carrega uma dor que vem da incompletude nas relações amorosas e, sobretudo, dos enfrentamentos raciais em que não conseguiu se posicionar como achava que deveria. Agora, com 49 anos, é chamado para uma comissão em Brasília, instituída pelo novo governo, para discutir o preenchimento das cotas raciais nas universidades. Em meio a debates tensos e burocracias absurdas, ele se recorda de eventos traumáticos da infância e da juventude. E as lembranças, agora, voltam para acossá-lo.
Alice Walker
Adaptação para o cinema por Steven Spielberg, 1985
José Olympio, R$ 61,60 no site da editoraDisponível no HBO Max, Apple TV, Amazon Prime Video, Youtube e Google Play (aluguel)
Vencedor do Prêmio Pulitzer de 1983, o romance epistolar – narrativa caracterizada pelo uso predominante do gênero carta – escrito pela ativista norte-americana Alice Walker. Ao longo das 200 páginas da obra, o leitor passa a conhecer a história de Celie, uma adolescente negra de 14 anos de idade que é abusada sexualmente pelo pai, de quem acaba engravidando de dois filhos. Sua condição ainda piora quando ela se vê, tempos depois, separada da família, estéril e casada à força com um homem mais velho. Sem ter a quem compartilhar seus anseios, a protagonista passa a escrever cartas – nunca enviadas – para Deus e para a irmã, Nettie, a quem ela sonha em reencontrar. A obra acabou inspirando o filme homônimo dirigido por Steven Spielberg, em 1985.
Carolina Maria de Jesus
Editora Ática, R$ 59,00 no site da editora
Neta de escravos, filha de uma lavadeira analfabeta e uma das maiores escritoras negras do Brasil, Carolina Maria de Jesus atinge o ápice de sua produção literária em “Quarto de despejo”. Publicado em 1960, o livro traz uma espécie de diário autobiográfico com o sofrimento cotidiano das mulheres nas periferias de São Paulo. Marcado pela oralidade, o texto se aprofunda nas angústias diárias dos moradores, permeando temas como a violência, a fome e o descaso. No lançamento, a obra chegou a esgotar a tiragem inicial em uma semana. Mais de seis décadas depois, a escrita da mineira atravessou o mundo, sendo traduzida para 13 idiomas e somando 1 milhão de cópias vendidas.
Angela Davis
Boitempo, R$ 61,00 no site da editora
Filósofa norte-americana conhecida pelo seu ativismo no grupo Panteras Negras, organização de cunho revolucionário criada na década de 1960, atual professora emérita do departamento de estudos feministas da Universidade da Califórnia, a pensadora reúne seus principais ensaios nesta obra. Com enfoque na perspectiva feminina, a obra traz questões como a história da população negra nos Estados Unidos, o encarceramento de mulheres no trabalho doméstico e casos de abuso.
Luiz Lira morou em Pernambuco e lá iniciou o desenho. Ao vir para São Paulo, começou a fazer gravuras ainda criança, quando entrou no Instituto Acaia. Seus estudos tiveram relação com a capoeira, o desenho e a cerâmica; essas três vertentes estruturam o seu fazer artístico hoje. Posteriormente, ingressou no Instituto Criar e fez formação em Cinema. A partir daí, dedicou-se aos estudos para vestibulares em universidades, assim participou do Acaia Sagarana. Lira ingressou na Unicamp e atualmente cursa Artes Visuais. A experiência universitária faz com que se aproxime de outros grupos de gravuras, como Ateliê Piratininga e Xilomóvel. Também tem contato com Ernesto Bonato, que é um grande artista e pessoa. Trabalha em ateliês compartilhados em Campinas (SP) e suas produções são semeadas em diversos espaços.