| Lugar de permanência |
| 11 Nov 2019 |
“O que você traria em uma viagem como essa, que coubesse apenas em um caixote?”, perguntou aos alunos a professora Ana Carolina Petreche, enquanto parte da turma do 5º ano A observava o mural com fotos dos diferentes momentos de chegada na Hospedaria do Brás. “Eu traria roupas, memórias da minha cidade e da minha família – fotos, cartas, pinturas”, respondeu a aluna Fernanda Liberman Salfatis. E acrescentou, lembrando: “Naquela época, ainda não tinha celular, nem dava pra fazer vídeo, então não tinha muito como trazer um áudio, por exemplo. Se fosse hoje, eu traria um vídeo ou um áudio – pra eu me lembrar dos meus pais e da minha casa”.
Ao mesmo tempo que exploravam os diferentes ambientes da exposição “Migrar: experiências, memórias e identidades”, as turmas do 5º ano conheceram, entre os dias 22 e 31 de outubro, o Museu da Imigração do Estado de São Paulo. Sediado no prédio da antiga Hospedaria de Imigrantes, o local preserva a memória daqueles que chegaram ao Brasil trazendo os sonhos de uma vida melhor. “Muitas pessoas que já não tinham mais condição de permanecer em seus países de origem – por conta da guerra ou devido às condições financeiras – e escolheram a cidade de São Paulo como novo lar. O museu representa esse local que, entre 1886 e 1888, recebeu um grande número de italianos, alemães, portugueses e espanhóis. Estudamos esse deslocamento populacional e as marcas que esses imigrantes deixaram na cidade de São Paulo”, explicou a professora Katia Frazão, do 5º ano F. Durante a visita, os alunos conheceram, em ambientes interativos e espaços de imersão (como a sala que recria um dormitório), histórias orais e escritas contadas por imigrantes, objetos usados no cotidiano e vídeos que mostram o início da diáspora humana. “Achei interessante ver as camas, saber como era naquele tempo”, disse Lucas Saraiva, do 5º F. Para a colega da turma, Luisa Ayres Garnero Adas, ver a reprodução de uma carta no teto foi um dos pontos marcantes: “A gente conseguiu entender como era cara uma viagem naquela época”. Luiza Costa Hipólito, da turma A, se lembrou da história de uma pessoa que contou que foi fácil arrumar a bagagem “porque ela já tinha perdido tudo na guerra, então não teve o que trazer”. Veja como foi e o que eles viram por lá na nossa página do Facebook. |
