Rô, a “apoiadora” do Apoio

Poderia dizer que vivo no mundo da Lua?

Muitos se enganam, mas na verdade, nasci no planeta Terra, porém na época em que o primeiro homem pisou na Lua.

Meu nome é Rosângela Gerardi, sou mais conhecida como Rô. Nasci em São Paulo, no dia 20 de janeiro de 1969. Meus pais nasceram na Itália, mas se conheceram no Brasil e isso me tornou descendente de italianos.

Quando pequena, morava com toda minha família, que era bem grande, numa casa espaçosa no bairro de Santo Amaro. Sempre fomos felizes, mas como nem tudo na vida são flores e alegria, também passamos por um momento de tristeza com a perda de minha irmã Maria que faleceu muito cedo. Dessa forma, das três irmãs, ficamos eu e Ana, que é a mais velha.

Antigamente as coisas eram bem tranquilas não tinha celular e para vocês terem uma ideia, enviávamos as mensagens pelo correio através de cartinhas escritas a mão o que era muito legal, nós adorávamos!

A época era tão tranquila, mas tão tranquila que, nós crianças, podíamos até brincar na rua sem correr risco de ser atropelada. Eu tinha muitos amigos fora e dentro da escola e gostava de brincar de casinha, mãe da rua, cabra cega, pega-pega, esconde-esconde, polícia e ladrão entre outras brincadeiras. E pensar que eu que fazia minhas próprias pipas!    Que época boa! Imaginem que meu quintal se transformava num local de grande aventura, e sabem o porquê?

Existia uma árvore no fundo da minha casa que atraia inúmeras borboletas e eu adorava caçá-las – me divertia aos montes!

Minha primeira escola foi uma creche de freiras e estudei até o pré- primário. O lugar era muito bacana e foi lá, que além de desenhar, aprendi ler e escrever.

Apesar de “aprontar” bastante, sempre fui uma boa aluna. Gostava de leitura e, principalmente, das aulas de artes.

Uma das minhas maiores alegrias que tive na vida foi aos sete anos, no Natal em que ganhei uma bicicleta. Foi uma sensação absolutamente indescritível! Eu já estava sem esperanças, fiquei tão feliz que me tornei quase egoísta porque não conseguia emprestá-la para ninguém, nem para meus primos. Mas isso aconteceu só na primeira semana porque precisava curtir muito e logo depois… “fiquei boazinha de novo”.

Nas férias ia para praia de Itanhaém com toda a minha família e quanta lembrança! Adorava brincar na areia de castelinho e só entrava no mar dando a mão para alguém da família. “Pense numa pessoa com medo”. Assim eu ficava ao transformar as pedrinhas que tinham na água em um grande e aterrorizante jacaré. Achava que alguma coisa ia me pegar e além do mais, eu não sabia nadar. Aliás, as crianças nessa idade não faziam aula de natação como hoje em dia e meu pai pensava que se me jogasse na água eu aprenderia sozinha. “Vai que perde o medo!” – dizia ele.

A minha infância foi muito feliz e com o sonho de crescer logo cheguei à minha adolescência. E foi nessa época que me tornei mais responsável.

Naquele tempo a escola que estudava era mais difícil que as de hoje em dia, no sentido de autoridade, e “os professores eram a lei”. Imagine vocês que eu tinha uma professora que se o aluno errasse uma palavra teria que escrevê-la três vezes e se errasse novamente acrescentaria um zero, ou seja, teria que escrever a mesma palavra trinta vezes.

No sétimo ano, minha paixão pelo vôlei era tão grande que ocupou boa parte do meu tempo de estudo. Ia todos os dias para o clube treinar, acabei repetindo o ano e, como castigo, minha mãe me tirou do vôlei.

Também gostava de passear no shopping na companhia dos meus amigos. Eu até paquerava muito, mas nesse tempo era diferente e ficávamos mais de “conversinhas”. Como podem ver, minha alegria custou caro! Fiquei arrependida por não ter me dedicado à escola, mas não tinha mais nada que eu pudesse fazer.

Depois disso, um momento muito marcante foi a formatura do 8º ano. Aconteceu um grande baile, dançamos valsa e eu usei um vestido muito lindo – a maravilha das maravilhas! Na época, passava uma novela que se chamava Tititi, e saiu na capa de uma revista uma atriz com um vestido muito bonito vermelho. Resolvi copiá-lo e assim o fiz! Levei a foto para uma costureira que confeccionou um modelo idêntico, só que na cor branca porque todas as meninas tinham que estar vestidas de branco, muito chiques para acompanhar os meninos que trajavam terno. A festa foi num clube e todos estavam felizes!

Comecei a trabalhar cedo, aos 17 anos, no Bradesco. Nessa época resolvi fazer faculdade de pedagogia.

Após meu trabalho no banco, trabalhei também na Escola Móbile e Magno.

Ao chegar à fase adulta me casei e tive um filho que se chama Álvaro. Alguns anos se passaram e por algumas dificuldades, me separei do meu marido.

Desde 2004 trabalho na Escola Vera Cruz, estou aqui há 14 anos. Entrei pela indicação de uma amiga chamada Simone – que trabalhou comigo no Magno.  Simone veio para o Vera, resolveu me indicar e acabei ficando por aqui.

Como qualquer brasileiro, tenho um sonho que é ganhar na loteria. “Brincadeira”! Na verdade, meu maior sonho para o futuro é ser feliz, continuar trabalhando com o que amo fazer e servir de exemplo para as outras pessoas, sendo honesta e, principalmente, não prejudicando ninguém.

Isso foi só um pouco da minha história de vida, pois ainda tenho muito que contar.

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