Um pincel e infinitos potes de tinta

Minha história começou em São Paulo, no dia 13 de outubro de 1976.

Meu pai viajava muito a trabalho. Faltando um dia para o meu primeiro aniversário, mais uma vez ele saiu para uma viagem, mas voltou, porque tinha esquecido algo. Entrou e se deparou com ladrões. Que cena horrível! Foi nos defender e acabou sendo assassinado a tiros. Isso marcou muito a minha infância! Vocês imaginam perder o pai antes de um ano de idade? Além disso, minha mãe estava grávida do meu irmão. Tudo mudou a partir desse dia.

Passava boa parte do meu tempo em Santos, na casa das minhas avós. Minha mãe trabalhava no Banco Nacional e, depois de muito tempo. foi para um banco de investimentos.

Meu avô era maestro e minha avó, artista plástica. Eu adorava pintar com os pincéis e as cores que havia no ateliê dela.

Quando eu era criança, gostava de brincar na praia, construir castelos de areia e quando fiquei maior aprendi e preferi jogar taco e surfar.

Tive uma galinha, um cachorro, uma tartaruga e um coelho – todos esses animais eu cuidava sozinho. Gostava mais do cachorro e ele se chamava Axe, era um dálmata.

Minha primeira escola se chamava Santo Estevam. Meus professores sempre elogiavam meus trabalhos. Eu gostava de Matemática, mas passava a aula inteira desenhando e só assim entendia o que os professores explicavam.

Adorava dormir na casa dos meus amigos, porque no dia seguinte, acordávamos bem cedo e íamos comer amora na chácara. Chegávamos na escola com a camiseta toda manchada!

Minha mãe sempre me incentivou a praticar esportes e, por isso, comecei a treinar todos os dias depois da escola.

Minha primeira namorada se chamava Marcia. Eu a conheci com 8 anos, porque ela era filha da amiga da minha mãe. Foi amor à primeira vista. Marcia era bonita e inteligente – nosso namoro era, na verdade, uma grande amizade – viajávamos para o sítio da mãe da Marcia aos finais de semana e eu adorava. Meu amor platônico por ela durou até os 10 ou 11 anos.

Sobre meus grandes amigos, me lembro que quando entrei na escola conheci o Marcos Barros que, por coincidência, também adorava artes. Ele é meu melhor amigo até hoje.

Na minha adolescência, eu não permaneci na mesma escola. Sempre mudava de casa e por isso fui trocando de escola.

Com 13 anos, fui na matinê Ta Matete, em São Paulo – primeira balada da minha vida. Não gostava muito de sair, mas nesse dia decidi viver uma nova experiência. Quando meus amigos saíam, ficava em casa pintando e desenhando. Nesse dia foi diferente, eu fui e meus amigos ficaram em casa.

Aos finais de semana, gostava de surfar em Santos e andar de skate, mas o que eu mais gostava de fazer era pintar e isso eu podia fazer em qualquer lugar em que eu estivesse.

Meu primeiro trabalho foi aos 15 anos no balcão da padaria em Santos. Resolvi trabalhar lá porque era provisório e ganhava uns trocados.

Entrei na Faculdade entre 18 e 19 anos. O nome da Faculdade era Belas Artes, eu permaneci nela por 7 longos anos para aprofundar mais minha aprendizagem. Quase entrei na Faculdade de Educação Física, mas preferi trabalhar com Artes, que era o que eu mais gostava na vida.

Quando eu corria na rua ou na praça, sempre uma garota passava de carro e assobiava para mim.

Um dia, fui viajar com meu irmão e amigos e eles me disseram que ia uma amiga junto. Na hora de viajar, vi que era a mesma moça que acenava para mim na rua quando eu corria. Sentei no banco de trás e entre nós tinha uma TV. No começo da viagem, ela se apresentou e fiquei sabendo que seu nome era Mônica. Na volta da praia, já não havia a TV entre nós. Começamos a namorar e depois de um tempo, sabem o que aconteceu? A Mônica ficou grávida. Levei um susto! Mas depois fiquei muito feliz!

Enquanto esperávamos a chegada do bebê, tive que viajar a trabalho e deixei meu cachorro aos cuidados dela porque não morávamos juntos. Um dia, ela me ligou dizendo que o bebê iria nascer e fizemos um acordo que, se fosse menina, eu escolheria o nome. E assim chegou a Luana, nome escolhido em homenagem à lua.

Nessa época, eu tinha entre 23 e 24 anos. Depois de um tempo, nos separamos e comecei a dar aulas de Fotografia e Artes Plásticas.

Nunca morei fora do Brasil, mas estive em cidades diferentes aqui. Um dia, espero morar em outro país para viver novas experiências pessoais e profissionais.

Sou artista plástico e já viajei a trabalho para Argentina, Itália, Chile e Espanha. Fiz muitas exposições das minhas obras e foram bem-sucedidas.

E agora? Vocês sabem como cheguei aqui no Vera Cruz? Foi assim… Uma amiga minha viajou e pediu para eu dar aulas no lugar dela. Eu aceitei e foi assim que eu comecei a trabalhar no Vera. Marcos Barros, meu melhor amigo, estudava aqui e falava que era uma escola muito legal. Comecei a trabalhar no Vera em 2012. Estou aqui até hoje, dando aulas para os 5ºs e 7ºs anos.

Para os planejamentos das aulas, eu me baseio em meus caderninhos de artes e em minhas anotações em forma de desenhos.

Nas minhas horas de lazer, gosto de viajar. Adoro montanhas e praias. Todo ano, eu e minha filha vamos para a rodoviária e somente lá escolhemos para onde iremos viajar.

Meu sonho é viajar pelo mundo, mostrando minhas obras de arte e estudando para aprender cada vez mais.

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