Antônio Bento de Castro Sarti
Eu sou mineira – só mineira, não tenho descendência de outro lugar – foi minha madrinha que escolheu meu nome, mas não gosto dele então me chamam de Marisa.
A minha infância foi muito difícil, até falo que não tive infância. Eu fui trazida de Poços de Caldas com uma família muito rica, pensando que eu ia ser educada, bem alimentada e bem tratada. Não foi isso que aconteceu, me batiam, comia coisas do lixo e dormia no chão, isso é muito triste. A infância é uma parte da vida muito legal da vida e eu não queria ter passado por isso.
A coisa mais feliz que aconteceu comigo, foi voltar para casa e ver a minha mãe, achei que nunca mais ia poder ver ela e meus irmãos. Tinha 13 irmãos, hoje em dia só são seis, 4 meninas e 2 meninos.
Meu sonho era me casar, ter filhos e ser feliz. Consegui realizá-los e hoje tenho três filhos, Roberta, Ricardo, Rafael e sou casada.
Eu sempre trabalhei com criança, antes eu era babá. Hoje em dia trabalho como faxineira, na casa do Antônio e Marcelo, pessoas que eu gosto muito.
Eu adoro trabalhar, uma vez tirei férias e fui encontrar meu primo. Chegando no lugar combinado eu abracei um homem qualquer que achei na rua ao invés de meu primo. Ele olhou pra mim e disse: “Acho que você me confundiu com alguém! “. Então eu respondi: “Não, claro que não, sou eu, Marisa a sua prima. Você é o Zezinho, né?”. Ele disse não e nessa hora eu fiquei vermelha de vergonha e eu queria morrer.
Antigamente, as pessoas educavam a gente colocando medo. Numa dessas, eu estava correndo a noite, pulei o muro e senti uma mão gelada no meu ombro, vi uma assombração! Abri a porta correndo e pulei no colo da minha mãe morrendo de medo.
Eu sou são-paulina porque todas as pessoas que eu amo torcem para o São Paulo!
Essas foram algumas de minhas memórias e espero ter muitas outras na próxima conversa.
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