Traquinagens de Menina

Ana Lavrador Xavier

 

Olá, meu nome é Dulcineia Capita Salgado Xavier, eu nasci no dia 1 de maio de 1955 e moro em São Paulo – mas sou fluminense.

Agora quero lhe falar que todos os irmãos brincam e todos os irmãos brigam, um pouquinho. Pois desta vez quero contar uma história de quando eu tinha 9 ou 10 anos, a história da “Dona da Rede”: muito bem, a “dona da rede” na verdade, era minha irmã, a Luiza, e havia um tempo para cada uma ir na rede, mas o meu tempo era menor porque eu era mais nova do que minha irmã – e como todo menino adora fazer traquinagens e eu sou bem mais chegada a eles do que as meninas – resolvi fazer uma brincadeira. Quando foi minha vez eu pedi para Luiza ir buscar um copo d’água para mim, ela foi e enquanto isso desamarrei um pouquinho a rede, quando voltou já era sua vez de ir, assim que se sentou caiu, mas era de uma altura bem baixa e na grama – mesmo assim começou a chorar. Meu pai veio na hora e disse para as duas irem para o quarto, me escondi e só sai do meu esconderijo quando papai já estava mais calmo – eu achei isso bem engraçado e ri de montão – foi assim que minha irmã ficou duas vezes de castigo por cair da rede!

Vou lhes contar que mesmo na piscina ainda tem perigo, o perigo que o meu irmão oferece, e de graça. Sei que estão morrendo de vontade de saber o que fez, mas ele não fez, e sim fazia: todo mundo gosta de ir na piscina quando está calor, mas assim que entrávamos na água meu irmão vinha e pulava na piscina, aí que o bicho pegava, ele me afundava e minha irmã tentava me ajudar, então ele a afundava também aí eu escapava e tentava retribuir o favor para ela, e era uma bagunça, no fim eu e minha irmã escapávamos e ficava tudo bem, ufa!

O tempo passou, eu fiquei mais velha e já tinha alcançado a adolescência – e quando falamos em adolescentes pensamos no primeiro amor, no esposo, então nada melhor do que falar de como conheci o meu marido: eu era a melhor amiga do irmão dele e um dia ele me apresentou seu irmão, o Osmar, ficamos apaixonados, namoramos e nos casamos, sei que está história não é muito longa mas o que posso fazer.

Tenho uma nítida e longa lembrança que me marcou e a chamo de sequestro relâmpago: eu parei o carro para abastecer, foi quando vi dois homens armados eles falaram que era um sequestro e que eles queriam levar o carro, mas os dois levaram o carro comigo e meu marido dentro e enquanto dirigiam nos ameaçavam de morte. Tentamos ficar calmos e deixamos que levassem o carro pois não queríamos violência – só de pensar já me dá um grande medo. Pena porque aquele era o carro favorito de meu esposo. Isso me deixou frustrada e te conto isto não para te assustar e sim para te alertar.

Logo tive netos e no meu sítio vivemos muitas aventuras juntos, mas isso já é uma outra história…

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