Arthur Astiz Andrade
Sou Assunção Hernandes de Andrade e nasci no ano de 1938, tenho 78 anos e vou completar nesse ano, em outubro, 79 anos. Nasci na cidade de Araraquara, no interior de São Paulo. Tive quatro irmãos e duas irmãs, sendo que uma irmã e um irmão eram mais jovens, com quem eu brincava e ajudava a cuidar. Com minha irmã, eu brincava de casinha, de professora, e as vezes, ensinava ela a cantar. Com o irmão, eu balançava o berço para ele dormir e brincava com ele no quintal.
Uma vez, quando eu tinha 8 anos, fui a um sítio de uma tia minha nas férias e encontrei galinhas, cabritos, cavalos, aves e um imenso espaço para brincar, como corre-cotia. Lá no sítio, não tinha luz elétrica, então nós jantávamos cedo, porque escurecia, íamos dormir para no dia seguinte termos bastante energia para brincar novamente.
Na minha infância, a gente brincava de muita coisa – nós brincávamos de roda, de pega-cotia e de adivinhar com quem ficou a prenda. Era assim: umas das crianças tinha alguma coisa nas mãos, e as outras ficavam esperando com as mãos juntas, e a criança com o objeto passava de mão em mão e o deixava na mão de uma das crianças. Então ele perguntava com quem tinha ficado a “prenda”, e quem adivinhasse, seria a criança que passaria nas mãos, o objeto. Também brincávamos de esconder, que é a brincadeira hoje, chamada, pic-esconde-sardinha. É bem legal- uma pessoa escolhida se esconde, e os outros procuram. O primeiro que achar a pessoa escondida, na próxima rodada se esconderá, para os outros acharem.
Quando eu era criança, na escola, eu achava que queria ser professora de história, porque eu fui influenciada por minha excelente professora do grupo escolar, mas quando eu cresci, fiquei na dúvida e acabei escolhendo o curso de ciências sociais. Quando entrei na faculdade, me envolvi com atividades artísticas e culturais, organizando apresentações de teatros e produção de filmes. Logo ao me formar me transformei em uma produtora de cinema. Como produtora de cinema, entre outros, produzi os seguintes filmes: Doramundo, O homem que virou suco, O país dos tenentes, A próxima vítima, O tronco, A hora da estrela, Uma vida em segredo, A dama do Cine Shangai, Onde andara Dulce Veiga? E De passagem. Com esses filmes, recebi inúmeros prêmios, tanto no Brasil como no exterior. No Brasil, nos festivais de Gramado, de Brasília, de Ceará, de Recife e do Rio de Janeiro. No exterior, tive a oportunidade de conhecer inúmeros países onde foram apresentados esses filmes. Em Moscou, na época, União Soviética- hoje Rússia- o filme O homem que virou suco recebeu medalha de ouro. Na Alemanha, o filme A hora da estrela, recebeu urso de prata no festival de Berlim. Esse filme recebeu prêmio grã coral no festival de Havana, Cuba. Resumindo, viajei para a Índia, China, França, Inglaterra e inúmeros países da América Latina competindo com filmes ou participando dos juris.
Enquanto produtora, eu morava numa casa que tinha um quintal. Nessa época, tinha dois filhos ainda crianças, nós tivemos uma cachorra que se chamava Tartaruga. Ela era muito querida, viveu conosco até o final da vida dela. Ah! Só esqueci de dizer que era uma vira-lata.
Agora sou avó de seis netos, entre eles o Arthur, dividindo minhas atividades profissionais com a convivência com eles, sempre que possível.
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