Maria Angela de Moraes Ideriba, mais conhecida como Mari, nasceu no Hospital Pro-Matre Paulista, em São Paulo, capital, no dia 10 de abril de 1962. Ela é a segunda filha, morava com seus pais, seus avós maternos e seus três irmãos. Sua casa ficava na Avenida Brigadeiro Luiz Antônio que mesmo na década de 70, era muito movimentada! São Paulo já crescia a cada instante, sem freios. O bairro, Jardim Paulista, fervilhava de trabalhadores e estudantes durante a semana. Aos sábados e domingos a paisagem mudava um pouco, pessoas andando mais preguiçosamente, as padarias e bares com pouco movimento e um número reduzido de carros e ônibus nas ruas.
Suas brincadeiras eram variadas, mas todas fora de casa. Não era comum na época, brincar de qualquer coisa “dentro”, como hoje, que praticamente só brincamos entre quatro paredes. Parece esquisito, mas casa era lugar de comer, dormir, ver TV e estar com a família. Brincadeira de verdade era na rua. Mari, seus amigos e irmãos andavam frequentemente de bicicleta e desciam ladeiras com carrinho de rolimã. As brincadeiras de esconde-esconde, pega-pega e queimada eram diárias. Gostavam também de ir ao Parque do Ibirapuera pertinho de sua casa – isso acontecia quase todas as tardes.
Seus brinquedos favoritos eram: uma boneca Susy Baiana, com coroa de flores e saia de dançarina, e uma bola de borracha com dois puxadores, onde ela se sentava em cima e saía pulando. Como todas as crianças da rua tinham esse brinquedo, Mari fazia corridas com os vizinhos, se espatifando no chão e sempre se machucando. Ela ficava com a perna ralada, com marcas roxas, às vezes saía sangue, mas voltava para casa feliz.
Aos seis anos de idade, já ia sozinha a pé para escola. Quando chovia, adorava pular e patinar na enxurrada. E como sempre, perdia um pé de sapato. A escola exigia uniforme completo e sua mãe, cansada de comprar novos sapatos todo mês, brigava com a filha.
Mari tinha muitos cachorros, mas o cão que mais recordações lhe traz é o Lulu que a esperava na frente da porta da escola todos os santos dias. “Eu sempre ficava na dúvida se Lulu me esperava todo o tempo na porta, ou se ele tinha um reloginho que apitava no final das aulas”, contou.
Nas férias, o comum era ir à praia ou para o sítio de seu tio Berto. Ela e sua família tinham uma casa em Itanhaém, os tios em Praia Grande, amigos em Peruíbe. Costumava tomar sorvete, nadar e fazer castelos de areia com palitos de sorvete. O sítio do tio Berto ficava em Cipó, pertinho de São Paulo. Lá, Mari passou férias inesquecíveis com primos de todo canto.
Seu sonho de adolescência era ser professora. Como cuidava bem dos cachorros da vizinhança, seus pais achavam que ela seria uma ótima veterinária, mas deixaram-na seguir sua vontade. Nessa época, Mari foi pela primeira vez para Disney e isso foi muito marcante em sua vida porque foi sua primeira viagem para fora do país.
Saiu da casa de seus pais aos 18 anos para se casar e construir uma família com seu primeiro namorado que tinha 21 anos – e com quem está até hoje. Eles têm três filhos: um de 34 anos, outro de 27 e o caçula de 26 anos.
Antes de trabalhar no Vera Cruz, foi professora nas escolas Pueri Domus e Pequenópolis. Entrou no Vera para substituir uma professora que foi morar na Bélgica, foi auxiliar da Kátia que é nossa professora atual. Em 2000, passou a ser professora de classe. É extrovertida e muito querida por todos. Ela quase nunca fica brava, mas quando fica… Fechem as portas!
Num certo arrematar de dia de trabalho encontrou, sentadas no pátio, três moças que giravam pequenas agulhas de plástico, envoltas em lã colorida. Após contemplar por alguns minutos o trabalho das funcionárias, perguntou, ainda fitando o entrelaçado fofo que as agulhas formavam:
– O que é isso?
Uma das moças respondeu:
– É tricô, Mari. Se você quiser, posso te ensinar.
E Mari, modesta, disse:
– Não tenho jeito para trabalhos manuais.
Ao chegar em casa, não conseguia parar de pensar naquilo. Pegou seu laptop e procurou no Youtube: “como tricotar”. No dia seguinte, comprou um par de agulhas e novelos de lã. Tricotou, tricotou e não parou mais. Ela faz lindos sapatinhos, casaquinhos, cachecóis etc. Gosta tanto de fazer tricô que, há pouco tempo fez uma tatuagem com duas mãos tricotando.
E numa tarde de março, ela veio tricotar suas memórias conosco.
Mari quer ainda tricotar um sonho: conhecer o mundo todo e com um pouquinho mais de lã, morar em um lugar mais calmo, de preferência em uma linda praia.
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7 Comentários
Marcio Caparica
21 de junho de 2016em 17:18Gostei muito desse site!
nanda
25 de junho de 2016em 21:33interessante, muito legal
Anik
28 de junho de 2016em 13:07adorei o titulo, texto ficou muito bom!
JOAQUIM
27 de junho de 2016em 21:23Achei muito interessante o título da história de vocês
Anik
28 de junho de 2016em 13:06adorei o titulo, texto ficou muito bom!
MATIAS AVILA
29 de junho de 2016em 12:31era comum ir na praia!!!
queria que ainda fosse
matteo
7 de outubro de 2016em 18:32texto muito empolgante 🙂