Veridiana Astiz Gibotti
A história de Carmen é comum e única. É como muitas, mas é só dela…
Carmen Biral Gibotti nasceu em 16 de julho de 1941, no interior de São Paulo, em Guariba. Quando criança, loirinha de cabelo fino e franjinha era muito magrinha. Seus pais, Adelina Moretti e João Biral, tiveram sete filhos. Ela era a irmã mais velha de seus irmãos: Sebastiana, Antônio, Hélio, Benedito, Vicente de Paula e Izabel Aparecida que são muito importantes para ela.
Ela e “quase todos os seus irmãos” moravam em uma fazenda.
Como muitos brasileiros, trabalhou na roça. Acordava as 5h15 da manhã, punha sua camiseta de manga comprida e sua calça de algodão seco que sua mãe costurava. De café da manhã tomava um café preto ou leite e, de vez em quando, um pãozinho caseiro feito por sua mãe. Antes de ir para a roça dava comida para os porcos, cavalos, galinhas, vacas e cabritinhas. Só depois ia trabalhar no pé de café, pé de cana e na colheita.
Quando voltava – por volta das 18 horas – ia tomar banho. Lá, o banho sempre era de canequinha, em um banheiro pequenininho ao lado de uma cozinha. A noite dormia em uma cama de casal com sua irmã Tana (Sebastiana), e os meninos em um outro quarto, e cada um dormia em sua própria cama. E o quarto dos pais… também era uma cama de casal com um berço ao lado porque sempre tinha um bebê, e para amamentar ou trocar fralda era mais prático.
Carmen entrou na escola primária com oito anos. A escola era muito rígida e lembra, até hoje, que um dia desenhou na parede e levou uma palmada com régua de madeira, atitudes que as professoras tinham na época. Seu sonho era ser enfermeira, mas não tinha estudo perto de onde morava, pediu para sua mãe lhe dar de presente um acordeom.
Com doze anos ajudava sua mãe a fazer o feijão e arroz e fazia sardinha, sobremesas como doce de abóbora, doce de mamão e de banana para toda a família, e lavava as roupas dos irmãos menores.
Em 1959, com 18 anos, veio para São Paulo com sua irmã menor que tinha apenas seis meses. Elas vieram para a capital porque seu pai estava muito doente e precisava de um tratamento. Então deixaram a roça, a colheita e os estudos, mas, infelizmente, seu pai faleceu. Porém aconteceu uma coisa boa, conheceu seu primo Mario que virou o amor de sua vida. E, com a falta de seu pai teve seu primeiro trabalho aos 18 anos, como metalúrgica, fazendo peças automobilísticas de manhã e a noite ia trabalhar e estudar em um lugar chamado ”Corte e Costura”. Foi lá que ganhou seu primeiro prêmio de miss com faixa e tudo, porque era a mais bonita. Ela estava com um vestido lindo com uma faixa branca escrito “Miss do Ano”.
No dia 23 de maio de 1964 com 23 anos, Carmen e Mario, os dois primos, se casaram. Não teve festa, se casaram no cartório e depois um bolinho e um vinho com os amigos para celebrar. Foram morar juntos em Rudge Ramos, perto de São Bernardo do Campo. Logo depois, com 24 anos, Carmen teve seu primeiro filho, Mário Gibotti Jr. E em seguida tiveram Alexandre e por último Adriana.
Após um tempo, vieram morar em Bauru, onde viveram aventuras por 13 anos.
Em 1996 foram morar em Vinhedo, onde moram até hoje.
Carmen passou por algumas dificuldades, mas hoje ela é feliz, tem 6 netos (Enrico, Theodora, Veridiana, Betina, Angelina e Bartolomeu), filhos saudáveis e muito amor!
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