Isadora Gouveia
Em 1943, em Franco da Rocha, nasceram muitas pessoas e uma delas foi minha avó, Emeri, que é a mais especial entre todas que nasceram. Por ter nascido em um lugar quente, como Franco Rocha, ela tem muito calor hoje em dia.
Seus pais, Zaíra e João, eram de Bragança Paulista. Sua infância nessa cidade foi muito divertida com seu irmão Jair e sua irmã Adair, que todos chamavam de Nega, apelido dado por seu irmão, porque quando eram pequenos Jair não conseguia falar Adair e simplificava para Nega.
Emeri brincava, ria e apanhava bastante com sua irmã, afinal elas na noite da véspera de natal comiam os chocolates da árvore e depois embrulhavam novamente sem nada e quando chegava o momento do natal não tinha mais chocolate.
A primeira escola que Emeri estudou foi Colégio Anjo da Guarda, mas ficou pouco por lá. Depois de um tempo se transferiu para o Grupo Romeu de Morais.
Na infância que minha avó brincava de pular corda, pular amarelinha, cobra-cega, passa-anel, pique-esconde, corre-cotia, esconde-esconde, pega-pega, boneca de sabugo de milho, casinha, escolinha, médica, casamento Japonês – uma brincadeira que fica os meninos na frente das meninas e vem uma pessoa e pergunta para uma menina “com quem você quer casar? ” E ela responde “com o fulaninho”. Depois de perguntar para todas as meninas essa pessoa pergunta a mesma coisa para os meninos. Se o Pedrinho falar “eu quero casar com a Emeri” e a Emeri falar que quer casar com o Pedrinho forma um casal e eles vão para o lado juntos e assim por diante.
Ela brincava no sítio do seu avô, de subir nas árvores, andar a cavalo, brincar com as galinhas e com a cabrita, cantar no terreiro em cima da pedra e no orfeão coral.
Suas amigas de infância eram: Darci, Selma, Inês, Lourdes, Araci, Sonia, Leonor e, claro, seus irmãos.
Emeri começou a trabalhar com 13 anos com autorização do juizado de menores e com 14 anos tirou sua carteira de trabalho para trabalhar na fábrica de meias “Waldorf” e depois no “Barulho” da Lapa – uma loja de tecidos na rua 12 de outubro, na cidade de São Paulo. Mas o que ela queria mesmo era cantar na rádio no programa do “Grêmio do Zezinho”. Queria ser uma cantora.
Sua família atual é muito unida e quase sempre está junta, e é formada por: seu marido- meu avô- 1 irmão, 3 filhas, 3 genros, 4 netas e 1 neto, se sente muito feliz com a família que tem.
Em seu tempo livre Emeri gosta de ir ao cinema, assistir alguma peça de teatro e viajar. Conta que uma das lembranças que mais marcou foi a viagem para Disney com suas filhas e netas, formando um grupo de 8 mulheres. Sua maior aventura também foi na Disney na “Torre do Terror”.
Dois dos momentos mais felizes de sua vida foram: o nascimento de suas filhas e o outro foi o nascimento de suas netas. O mais triste, com o coração dolorido de saudade, foi o falecimento de seus pais e sua irmã.
Minha avó conheceu meu avô, João, em um dos bailes que aconteciam nas casas conhecidos do bairro onde morava e em algun parque de diversões. Depois de casados, viajaram para Poços de Caldas, em Minas Gerais. Essa foi a primeira viagem de sua vida.
Gostei muito de ter feito essa entrevista e este texto sobre minha avó, pois fiquei sabendo muito mais da vida dela e também como era antigamente, os nomes diferentes e as brincadeiras nas ruas, podendo compartilhar com vocês os momentos marcantes de sua vida.
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