Pietro Albuquerque
A história de minha avó, Milvia Albuquerque é única como sua esperança.
Milvia era uma menina muito pacata. Morava na Itália na cidade de Fiume, um lugar onde no inverno tinha muito vento e para andar na calçada tinha um corrimão contra a ventania. Lá, morava com seus irmãos Renzo e Cláudio, eles adoravam ir até praia. Ela adorava bonecas enquanto eles, eram verdadeiros esportistas e o esporte preferido deles era futebol. Mas aos cinco anos teve a Segunda Guerra Mundial e teve que se mudar para o Brasil para sobreviver e encontrar uma vida melhor. Essa despedida dos avós e tios foi triste, mas por uma boa razão. Vinham para tentar a vida em um país livre fora do comunismo da Iugoslávia. Viajaram até Santos e vieram a São Paulo.
A viagem foi de navio onde o medo era gigante, pois podia afundar. Ela viajou de segunda classe e teve uma viagem relaxante até Santos. Um dia, aconteceu o seguinte: estava andando até a piscina com seu chapéu preferido quando ele voou para longe. Ela gostava muito dele e ficou muito triste. Dias depois ela estava no balcão quando viu seu objeto perdido nos “achados e perdidos’’ com um dos assistentes do capitão e ficou muito feliz!!!
Ao chegar em São Paulo ela se impressionou com os parques, bosques e lagos. Era muito diferente do país de onde ela veio. Moravam numa rua calma quase sem criança, mas as que tinham eram todos amigos de Milvia. Um dia foram brincar com a boneca preferida dela, mas uma de suas amigas na brincadeira ficou brava por não ser o personagem principal e de repente arrancou a cabeça da boneca predileta de minha avó. Ela ficou tão triste que saiu correndo até a sua casa e depois a menina que brincava tomou a maior bronca do mundo.
Milvia foi estudar em uma escola particular, ela ficou impressionada com o jeito nada rigoroso dos professores comparado com seus professores da Europa. No entanto, no recreio os alunos mais velhos fizeram bullying com seu irmão mais novo. O mais velho defendeu-o dando uma surra nos meninos que nunca, nunquinha bateram neles.
Com os anos cresceu, fez faculdade, casou e finalmente teve a chance de voltar à Itália após 22 anos. Voltou à cidade natal (atualmente Rijeka, Croácia) e reencontrou familiares. Parecia que voltar lá era “um sonho em vida real’’, depois de tanto tempo sem ver a casa na qual vivera…
1 comentário
Anita Grinberg
28 de junho de 2016em 17:43Eu gostei muito do seu texto, mas você poderia ter detalhado mais o seu texto.