Helena La Terza Leopoldi
Conhecendo a vida de Vera é possível se imaginar viajando para muitos lugares fabulosos. Imagine ela com um ótimo humor, indo para vários países absurdamente incríveis que nem sonhávamos conhecer e com uma ótima história para contar.
Vera é paulista, nasceu em 1947 na Maternidade São Paulo. A cidade ainda estava em crescimento: havia bonde quando nasceu e enquanto foi criança andou muito de bonde; poucos mais poucos mesmo tinham telefone e televisão.
Sua mãe se chamava Elisa e seu pai Renato. Eles tiveram seis filhos: Vera Lucia, seu nome completo, Regina, Ricardo, Eliana, Ronaldo e Marcelo. Infelizmente Eliana morreu com menos de 40 anos de uma doença chamada Aneurisma. Vera era a mais velha. Quando era criança ajudava a cuidar de seus irmãos, mas quando eles cresceram, as vezes brigava com eles. Uma vez ela brigou com seu irmão Ronaldo por conta do guaraná. Ela pegou 4 ou 5 garrafas de guaraná para cada um, mandou eles beberem até o final. Hoje ela não gosta de guaraná de jeito nenhum !
Ela gostava de brincar, fazer roda, pular amarelinha, brincar de casinha e guerra de mamona. Em sua rua havia bastante terreno baldio e nele seus amigos e ela montavam cabana e ficavam brincando. Seus pais faziam os brinquedos. Sua mãe fazia os vestidos das bonecas e “ficavam tão bonitinhos! ” Seu pai fazia os outros brinquedos, como carrinhos de madeira.
A pessoa de sua família que ela era mais apegada era a sua avó, que morava junto com eles. A amava muito, pois ela fazia todas as suas vontades.
Quando era criança ela e a avó foram a feira e compraram um pintinho. Brincava muito com ele e um dia acabou descobrindo que se ela corresse o pintinho a seguia, então começou a correr em volta de seu quintal. Depois começou a girar em torno de uma árvore de sua casa, mas como ela era mais rápida e ele mais devagar o alcançou rapidamente e sem olhar para o chão o esmagou. Vera chorou por três dias. Isso foi tão triste!!
Tempos depois Vera já tinha superado a morte de seu pintinho e foi novamente a feira, mas dessa vez ela, sua avó e sua irmã Regina. Vera e Regina se encantaram com os coelhos e pediram para a avó comprar dois para cada uma. Compraram duas coelhas: a de Vera chamava-se Dominique. Ela a amava e brincava muito com a coelha. Meses se passaram e Dominique havia crescido, ficado gordinha e fofinha. Um dia ela e a coelha de sua irmã haviam desaparecido. Vera e Regina ficaram procurando, procurando e nada de achar as coelhinhas. Para a surpresa das duas, na hora de comer Dominique e a coelha de sua irmã estavam no prato ensopado, pois sua avó havia cozinhado as duas. Vera e Regina pegaram uma toalha e cada uma chorou em uma ponta.
Na escola se saia muito bem, tirava ótimas notas e gostava muito de estudar. “Mal sabia que quando adulta ainda gostaria de estudar e seria uma pessoa muito inteligente. Tocava na fanfarra da escola a caixa -fanfarra significa banda- e fazia ginástica. Uma vez por ano todas as escolas estaduais se reuniam para apresentar aos pais ou talvez outras pessoas. Vera queria ser cabeleireira, pois amava fazer penteados e até hoje gosta bastante.
Suas travessuras não eram com pessoas, mas sim com animais mortos. Quando encontrava um animal morto dava uma de médica: pegava uma faca e abria para ver o que havia dentro. Ela já abriu a asa de uma joaninha para ver o que havia atrás da linda pele vermelha de bolinhas pretas do animal. Também abriu um morcego.
Passaram-se anos e Vera já estava em sua juventude, ela não mudou muito em termos de humor mas começou a poder frequentar bailes. Ela gostava muito de dançar e em sua época era o começo do rock. Ela amava o rock, ficava ouvindo e dançando.
Quando foi fazer a faculdade falou para a sua mãe que queria ser cabeleireira, mas sua mãe não deixou: queria que ela fosse professora. Então teve de fazer faculdade de professora e como gostava de desenhar foi ser professora de arte, fez curso de desenho e quando se formou começou logo a dar aula (Vera também já teve um ateliê de cerâmica, mas o vendeu). Faz 50 anos que dá aulas. Já deu aula para todas as idades, desde crianças até adultos ou idosos.
Vera casou-se aos 19 anos com Washington e em seu casamento seu irmão de 9 anos tomou um pileque de champanhe, pois só havia champanhe para beber e bolo para comer.
Teve dois filhos Renata e Rodrigo, três anos mais novo. Quando Rodrigo tinha mais ou menos 7 anos Vera se separou de Washington e casou-se com Mario.
Tempos depois Vera fez uma “turnê”, viajou muito mas não foi a esses lugares todos na mesma viagem. Os locais que ela mais gostou foram: França, que ela de carro foi conhecer os castelos do vale Loire e os jardins da casa do Monet. Nos Estados Unidos ver as sequoias no parque Yosemit. No Egito ver as três pirâmides , andar de camelo e andar de barco no rio Nilo.
Na Grécia, visitar as ilhas gregas, uma delas a única coisa que tinha era um vulcão visitou o teatro Epidauros que na verdade é um anfiteatro (quando tem uma plateia bem grande enfileirada para cima e falando normalmente, a pessoa da última fileira consegue ouvir perfeitamente).
No México ela gostou de ver a pirâmide do sol e a da lua. E por fim a Rússia que ela gostou de ver as noites brancas e a Praça Vermelha.
Hoje Vera é uma esplêndida mulher, muito esperta, talentosa e dócil que continua casada com seu marido Mário. Tem três netos: Pedro, Helena e Davi e pretende viajar com eles para Bonito e também para a Bahia, (ambos ficam no Brasil) e é capaz que ela continue viajando muito em sua vida.
2 Comentários
Rodrigo Leopoldi
20 de junho de 2016em 15:18Adorei Helena!!!
Muito legal saber das histórias da minha mãe através do seu belo texto.
Beijos do seu Pai, Rodrigo.
5º E
27 de junho de 2016em 17:59Helena,
Nós do 5ºE nos surpreendemos com seu texto. Ficamos com dó do pintinho, com raiva de quem colocou os coelhos na panela e achamos esquisito a Vera gostar tanto de abrir os bichos.
Parabéns pelo seu relato.