Roberta Herzberg Gorski
Viki, era assim que a chamavam, sempre foi muito criativa, aventureira, e desde pequena muito esperta.
Sempre caprichosa e apaixonada por livros, conta para os leitores sua própria história, onde teve que lutar muito para chegar onde chegou hoje.
Como muitos veio da Hungria, como poucos fugiu de lá para o Brasil.
Vitoria nasceu no ano de 1946, na cidade de Budapeste na Hungria, uma cidade muito bonita e cheia de histórias.
A primeira escola onde estudou se chamava “Estadual Para Meninas” e era obrigatório que o colégio fosse no bairro do aluno! Pensando atualmente, devia ser ruim porque poderia ter uma escola mais legal e melhor em outro bairro, mas também deveria ser bom porque não precisava andar muito.
A sua infância foi difícil e pobre devido as condições políticas e econômicas do país. Mas isso não a impedia de brincar. Ela brincava de várias brincadeiras, algumas delas eram amarelinha, pega-pega, doutor, e no inverno, trenó e boneco de neve.
Quando Viki era pequena o desejo dela era ser médica. Ela já tinha essa profissão em suas brincadeiras, pois adorava brincar disso e fingir que seus brinquedos eram seus aparelhos médicos. Mas, sua vida mudou e seus gostos também, hoje ela escreve livros muito bonitos e detalhados.
Os melhores amigos de sua infância com quem se divertia muito e passava a maior parte do tempo em sua escola eram a Ana, Kati e a Margarida.
Uma das lembranças que tem com seus pais, Nicolau e Vera, e sua irmãzinha Dorotéia, foi em um piquenique na beira do rio Danúbio onde puderam preservar e curtir os momentos familiares.
Ela começou a trabalhar em 1964, aos 18 anos, no escritório de uma fábrica de roupas, ela gostava muito – devia ser muito legal ter a experiência de trabalhar pela primeira vez e sentir como é fazer isso.
A memória mais importante e marcante com a sua família atual são as celebrações judaicas, onde rezam, conversam, e curtem o momento de estar conectados a Deus junto com a família.
Os lugares mais interessantes, bonitos, e que a impressionou muito foram a Grécia e a Itália.
O momento mais feliz e emotivo de sua vida foi o nascimento de seus filhos, Silvia e Daniel, e de suas netas Fernanda, Gabriela e Roberta.
A maior aventura que passou em toda sua vida, foi quando tinha onze anos, ao atravessar a fronteira da Áustria, a pé e a noite, fugindo da Hungria! “Foi assustador e muito perigoso” conta Viki.
Vitória fugiu de seu país, porque lá estava ocorrendo uma revolução contra a ocupação russa, e também por conta da perseguição religiosa, ela era judia e queria continuar sendo, porém não daquele jeito, mas sim em paz, e longe de pessoas que não respeitavam a forma do outro de pensar.
Depois de três semanas no navio, cheio de gente, finalmente Viki, seus pais e sua irmã chegam ao Brasil.
Vitoria ficou impressionada com a beleza da natureza, e principalmente com a “banana” que é uma fruta brasileira. Porém, teve que se esforçar muito para entender os costumes daqui e sua língua que eram totalmente diferentes da Hungria.
Sua vida pode ter sido difícil, no momento da vinda para o Brasil, porque ela era muito pobre, mas não triste já que hoje sorri por essa conquista.
Foi muito importante saber a história de uma pessoa que lutou muito para sobreviver e ter um pensamento livre, afinal muitas pessoas reclamam daquilo que não é preciso reclamar.
Por ter a oportunidade de conhecer essa história maravilhosa, emocionante e que impressiona cada pessoa que lê, eu agradeço e dedico à Vitoria cada palavra que escrevi e a entrevista que me deu.
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