Arthur Chaia Silvarolli
A história de Alexandre é diferente. É extraordinária e é só dele.
Como muitos paulistas, nasceu no interior de São Paulo em uma cidade minúscula. Como poucos, era descendente de libaneses ‘’puros’’ que vieram do Líbano.
Alexandre nasceu em 1947 em uma pequena e felizarda cidade chamada Marília. Não havia nenhum perigo e todas as crianças brincavam nas ruas a vontade.
Nasceu de parto normal, na Santa Casa. Vivia em uma casa muito grande. Nela havia um galinheiro, onde se colhiam ovos frescos. Também na casa plantaram várias árvores, entre elas um pé de jambo, um pé de caqui e uma goiabeira. Depois de Alexandre nasceram dois irmãos, um temporão e o outro um ano mais novo.
Seu pai era comerciante e sua mãe, antes de se casar, era telefonista. Alexandre gostava muito de seu avô e saia todos os dias com ele para fazer compras na cidade. Sua relação com os amigos era muito boa: ficava o dia inteiro fora de casa se divertindo, de todas as brincadeiras imagináveis.
Alexandre gostava muito de aprontar várias travessuras. Uma das maiores que ele costumava aprontar era essa: observar os caminhões que transportavam amendoim, passar. Como se locomoviam muito devagar, ele e seus amigos aproveitavam para subir na ‘’rabeta’’ dos caminhões com um canivete e perfuravam os sacos de amendoim para que caíssem no chão. Assim conseguiam levar para casa para torrá-los depois.
Ia muito bem na escola, tanto é que se tornou professor de Matemática. Quando pequeno, seu sonho era ser locutor de rádio pelo fato de gostar de como esses profissionais falavam velozmente. A infância de Alexandre teve experiências bastante emocionantes.
Depois de algum tempo Alexandre começou a ficar mais velho e com novos gostos. Quando jovem, Alexandre presenciou uma situação ‘’chocante’’ e ao mesmo tempo assustadora. Aos 16 anos como todos os adolescentes foi prestar o Alistamento Militar. Foi achando que não seria chamado e quem diria que seria que seu pensamento estava errado? Para seu espanto a notícia foi sua convocação para a Aeronáutica Brasileira. Passou alguns anos na Aeronáutica, mas teve de sair por conta de um problema auditivo.
Começou a se apaixonar aos 17 anos, não só pelas garotas, mas também por uma carreira que o deixaria também encantado, a de professor. Infelizmente, seu primeiro trabalho foi em uma companhia telefônica. Felizmente, conseguiu uma carreira como professor de Matemática. A melhor escola onde trabalhou foi no Porto Seguro. Mas a vida não é só amores. Alexandre passou por maus bocados, como por exemplo em uma escola na região de Santo Amaro.
Alexandre teve uma vida divertida e até hoje tem esse seu jeito de querer fazer os outros rirem. Outra coisa que se sabe que ele faz muito bem é sua habilidade em lidar com crianças: nem parece que ele é um senhor de 69 anos sábio e sério, parece mais que ele é uma criança. É um daqueles homens que tem várias expressões e ‘’facetas’’.
A maneira como enfrentamos os desafios nos define, mas o modo como contamos o que vivemos também pode garantir uma história de vida fantástica. O jeito descontraído, divertido e amoroso de Alexandre nos permite vislumbrar uma daquelas pessoas que não necessitam de aplausos, porque já encontram a recompensa dentro de si e na própria vida. Isso também é um desafio, uma vitória e tanto.
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