Consmórias   

Por Laura D. Jardanovski     

constantino-lauraConstantino Dolhnikoff nasceu em Piracicaba, estado de São Paulo ano de 1932. Porém já aos seis meses seus pais mudaram daquela cidadezinha – pequena, pobre, sem maneira de ganhar a vida – para a grande, com oportunidades de emprego e maiores chances de conquistas: São Paulo. Com uma mão na frente e outra atrás.

Ele morava com seus pais e com um irmão. Tinha uma boa relação com eles porém com o passar dos anos, quando já eram adultos, um virou sócio do outro e tiveram “problemas financeiros” que foram mal resolvidos e a amizade deles esfriou a partir dessa ocasião. Mas isso só quando adultos, quando crianças se davam muito bem. Sentiu grande perda pois tinha uma relação muito forte com ele e hoje em dia não se veem e não se falam. Ele tem uma mistura de sentimentos, raiva, tristeza, rancor…

Aos seis anos entrou na escola mas não gostava, na verdade detestava. Constantino era descendente de judeus israelitas por isso estudava hebraico no fim da tarde, o que era uma carga pesada para uma criança pois mostravam coisas sobre a guerra e o sofrimento dos judeus.  Nessa idade, seis, sete, oito anos gostaria de ter mais liberdade para brincar. Então como sua escola era “meio” rígida ele realmente se tornou-se “alérgico” aos estudos!

Na sua adolescência, aos 13 anos, ele fez a festa do Bar Mitzvá. Para o Bar Mitzvá é preciso estudar a Torá (bíblia) com certa profundidade. Ele foi se interessando cada vez mais pelo assunto, mas depois de uns anos percebeu que a religião não é um fato natural. Religião é imposta pela civilização desde o início dos milênios. Então se tornou ateu. O que foi para ele uma grande liberdade, como se ele começasse a cuidar da própria vida, pois seus pais acreditavam fortemente no judaísmo e contrariá-los foi um belo desafio.

Se formou médico na Universidade de São Paulo por volta dos anos 60. Foi um médico feliz por muitos anos.

Agora Constantino vive com sua esposa, tem três filhos, cinco netos (uma delas essa escritora de memórias) e uma bisneta.

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4 Comentários

  1. Malu

    Adorei a história de seu avô e fiquei feliz pela liberdade dele!

  2. Pedro rigobelo

    Eu nao tenho muito o que falar porque o texto esta ótimo e o que chama mais a atenção é o título ,CONSMORIAS!

  3. Joana storto

    Laura seu texto ficou muito bom! Gostei da parte que você fala que ele escolheu sua própria religião.

  4. Anik

    parabens! pelo texto ficou bem legal

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