Algumas dúzias de viagens

Por Matias Avila

Matias - AgnesAgnes é uma senhora que já tem muitos anos. Por conta da idade já usa óculos, tem os cabelos branquinhos, rugas no rosto e muitas histórias para contar. Ela tem dois filhos, dois netos e dois bisnetos – um deles sou eu, Matias, que escrevo este relato.

A família de Agnes – avós e pais – moravam na Escócia. Eles eram muito felizes e gostavam muito de viver com sua família. Em um momento da vida, seu pai foi para a guerra dos Bôeres, na África. Quando ele voltou para a casa, o avô não tinha mais comida para seus netos e filhos. Então, o pai da Agnes decidiu ir para a Argentina, com sua esposa e seu grande amigo. Fato que marcou a família profundamente, tanto que Agnes não era nascida e guarda na memória essa mudança.

Agnes nasceu e cresceu no frio da Argentina, na Patagônia. Ela é a nona filha, a caçula da família, a única que está viva ainda.

Com 15 anos, Agnes foi para o Uruguai terminar seus estudos de secretária. Ela gostou da cidade de Montevidéu, pois era um pouco menor, havia feito muitos amigos, alugado uma casa em que se sentia feliz (tanto que mora lá até hoje).

Na época que deveria voltar para a Argentina, o país estava com problemas políticos, então Agnes ficou no Uruguai. Lá conheceu seu marido e teve seus filhos Mônica e Jorje. Foi a decisão mais importante que tomou em sua vida, ficar em terras uruguaias. Vive lá até hoje.

Dos tempos que morava na Argentina, guardou com carinho uma bandeja de prata, que já presenteou seu neto Miqueas com essa relíquia antiga. Um dia, essa bandeja será minha. E assim, lembrarei das histórias contadas por minha bisavó e dela – com muito amor.

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1 comentário

  1. João Pedro

    Você descreveu muito bem sua bisa ficou ótimo o texto Matias

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