Isabela Conte Monteiro
A história de Maria Aparecida é comum em muitas famílias e única para a sua.
Tudo começou na Primeira Guerra Mundial, seu pai ´´Napolitano´´ (pessoa nascida em Napoli) foi um dos sobreviventes, ficou preso durante quatro anos e em 1919 voltou para sua casa.
Casou-se com Ana em 1922. Em 1924 teve seu primogênito chamado Raphael e dois anos depois chegou a Maria.
Anos se passaram, até que seu pai resolveu vir para o Brasil, pois dizia que Brasil era a América que os deixariam ricos. Deixou sua vida na Itália, sua esposa e seus filhos. Porém a vida não foi tão fácil assim, morava em uma casa pequena, com apenas um colchão e ainda não arrumara trabalho.
Quando Ana aceitou a proposta de seu marido para vir com as crianças para o Brasil, o navio que embarcaria afundou semanas antes do embarque, atrasando-o. Ao chegarem no Brasil, se reencontraram, sua mãe começou a trabalhar, costurando roupas para outras pessoas e calças para seu marido, e a família aumentando mais ainda…
Sua família ficou bem extensa, Domingos e Ana tiveram Raphael e Maria (nascidos na Itália), Anunciata, Josephina, Neiva, Ana, Ivone, Domingos e por fim ela, Maria Aparecida, nascida no dia 26 de julho de 1942, (todos os outros nascidos no Brasil).
Sua casa era bem ampla, porém, ao mesmo tempo pequena por conta da quantidade de pessoas que moravam lá.
Ela gostava das brincadeiras típicas como: futebol, pingue pongue, fazer roda com os amigos, andar de bicicleta, amarelinha. E de vez em quando ela criava mais uma brincadeira e tinha a esperança que funcionasse.
Quando estava na adolescência gostava de passar trotes para diversas pessoas e de entrar em bailes para 16 anos quando tinha apenas 14- o que foi impressionante para uma mulher hoje tão responsável-. Com 16 anos, começou a trabalhar em uma companhia de seguros, com 17 começou a namorar e com apenas 19 casou-se com Amândio Monteiro – o que ela comenta ter sido um erro, e sempre fala às crianças para se casarem, no mínimo, depois dos 20 anos.
Depois de casar teve 5 filhos chamados: Marcos, Marcio, Marcelo, Mauricio e Mauro, colocando todos os nomes começando com MA.
Um hábito diferente comparado aos de hoje eram as parteiras irem as casas para realizarem os partos.
Com apenas 14 dias de vida, perdeu um dos seus filhos (que foi difícil de compreender e de aceitar), o Marcio, foi um de seus traumas e o outro foi de 16 anos mais tarde ter perdido seu marido.
Trabalhando duro criou seus 4 filhos, todos formados, com suas famílias para contarem suas histórias.
Hoje aos 74 anos, trabalha em casa como banqueteira e tricoteira, vendo os filhos e netos todos os domingos. Pretende continuar fazendo exercícios para manter sua saúde boa e aconselha a casar com mais de 19 anos para fazer uma boa faculdade, objetivo não alcançado por ela.
A maneira como enfrentamos os desafios nos define, modo como contamos também é muito revelador da atitude e do caráter.
O jeito de Maria permite vislumbrar uma daquelas pessoas que não necessitem de aplausos, porque encontra a recompensa dentro de si e na própria vida. Isso também é um desafio, tanto para ela quanto para todos que convivem com alguém tão especial, como ela.
3 Comentários
Mauricio Monteiro
24 de junho de 2016em 00:55Seus comentários *
Adorei a historia da Vo minha querida sobrinha . So faltou falar q a Vo e corinthiana roxa . Parabens futura jornalista da familia . Bj
Patrícia Romano
26 de junho de 2016em 21:08Isabela, parabéns! Continue escrevendo mais histórias interessantes como esta.
ana arruda
28 de junho de 2016em 13:45Seus comentários *parabéns essa história da tia cida contada pela neta e com a foto minha ficou maravilhosa vou mostrar para meus filhos e netos