Histórias de um professor

Por Sofia Neves Simões Gomes

Sofia-paiGuilherme Simões Gomes Junior nasceu em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, em 23 de setembro de 1954.

No interior as ruas eram mais tranquilas e menos perigosas então ele e as crianças da vizinhança brincavam na rua. Eles brincavam de taco, esconde-esconde, futebol e empinavam pipa na época de inverno. Ele nunca dormiu com bicho de pelúcia, mas quando era pequeno tinha um cachorrinho de brinquedo e sentava em cima dele como se fosse um cavalinho.

Ele é o mais novo de três irmãos, a mais velha é uma menina e o do meio é um menino. O pai (meu avô, que já faleceu) era professor de Odontologia da USP e mãe (minha avó) cuidava da casa e dos filhos. A família era muito unida e mesmo agora que moram em cidades diferentes ainda continuam fazendo muita coisa juntos.

Uma coisa legal que ele fazia em dias de chuva forte, era depois de ficar retido em casa, no fim da chuva sair para brincar na enxurrada, nas ruas com decida. Em dias de sol ele ia para piscina no clube que se chamava “A recreativa”.

Ele tinha a turma dos vizinhos e a turma da escola que ficava um pouco mais longe de casa.

Uma das coisas mais marcantes da infância é quando ele ia aos fins de semana na chácara do avô. Suas primeiras viagens, na infância, foram para São Paulo e para a praia, em Santos.

No começo da adolescência ele se mudou para uma casa bem mais bonita que a outra, mas por causa da distância se afastou dos amigos da vizinhança. Com o tempo fez novos amigos.

Ele sempre estudou em escolas públicas, que naquela época eram boas. Nos primeiros anos de escola foi um bom aluno, entre os melhores da classe, mas no ginásio piorou um pouco.

Na adolescência gostava muito de desenhar e pensou em ser arquiteto, mas depois mudou de ideia.

Uma das coisas legais que ele me contou é que fez teatro na escola por um tempo.

A lembrança mais marcante é das perseguições políticas da época da ditadura militar que envolveram a família.

No fim da adolescência se mudou para São Paulo e terminou o colegial no Alves Cruz e no Equipe.

Em São Paulo resolveu fazer Ciências Sociais e estudou na USP. Foi uma época muito intensa, entre 1975 e 1978.

Depois da faculdade, meu pai foi ser professor de Antropologia na PUC, onde trabalha até hoje.

Ele teve um filho, em 1986, no primeiro casamento, que se chama João e é meu irmão mais velho.

Depois, fez doutorado e livre docência na USP, e hoje faz pesquisa sobre sociologia da cultura. Ele gosta do que faz, de escrever livros, artigos e dar aula. O primeiro artigo que publicou foi para a revista da nossa escola, o Vera Cruz, chamada Cadernos CEVEC [4], em 1988.

Ele casou com minha mãe em 2002 e eu nasci em 2006. Agora ele está casado com a Mônica, que tem um filho, o Túlio; e estamos muito felizes juntos.

Ele terminou a entrevista dizendo que muita coisa mudou desde a sua infância. Por exemplo, quando ele era pequeno, nem televisão tinha em casa, mas as coisas importantes da vida continuam sendo as mesmas. Ele gostou muito de compartilhar suas memórias. Disse que algumas coisas foram lembradas com facilidade, mas outras apareceram na entrevista.

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