Memoriando

Por Luiza Lima de Mello

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Fernanda Cristina Couto Lima, Nanda, nasceu no hospital Carmela Dutra no dia 29 de janeiro de1968 em Florianópolis. Sua família era composta por seus pais e dois irmãos – Márcia (dois anos mais velha que ela) e Luiz Augusto (doze anos mais novo). A sua cidade natal era muito calma e segura. E por ser assim a maioria das crianças podiam andar nas ruas sozinhas. “Era gostoso viver lá todo mundo sempre brincando”, contou-me Fernanda.

Sua infância foi de mudanças por conta de seu pai bancário. Até os três anos morou em Florianópolis, depois se mudou para Ivaiporã e ficou lá até seus quatro anos. Depois, mudou-se para Blumenau, depois voltou a Florianópolis, onde morou até os sete anos. Ficou um ano em Xaxim e voltou a sua cidade natal, que foi quando sua mãe falou que por conta da educação de seus filhos não se mudariam mais de Florianópolis.

Ela entrou na escola com seis anos e teve de estudar muito, pois mudou de escola e seus colegas já sabiam ler e escrever enquanto ela não.

Nanda adorava brincar de boneca com seu fofinho seu boneco que ganhou do papai Noel. Ela e suas amigas eram encantadas por brincar de boneca, passavam as roupinhas dos “nenês”, levavam-nos ao médico e outras coisas de mãe. Brincavam de médica, teatrinho, inventar peças, jogar ludo, corda, elástico e todo tipo de brincadeira que criança faz.

Festa junina para ela era sinônimo de felicidade, pois cantava e dançava a todo vapor, depois comiam as comidas mais gostosas que se pode imaginar: pipoca, paçoca, cocada, canjica, pinhão, pé de moleque, mexerica e outras gostosuras.

As festas em família como, por exemplo, o Natal eram sempre esbaldados de comida. Sua mãe adorava fazer comida para o Natal, e as crianças aproveitavam isso, sendo assim todos os Natais cheios de doces, farofas, sorvetes, bolos e uma salada de batata muito boa a qual todos adoravam.

Nas férias iam a sua casa de praia onde fez uma amiga inseparável chamada Graziela elas se adoravam e realmente eram melhores amigas. Em uma das suas travessuras com ela resolveram fazer um “spa” só que esse “spa” não era dos melhores, os cremes usados eram “emprestados” pelas mães, as toalhas eram panos de chão. Já viu o que deu, né? Uma bagunça imensa, as peles até poderiam ficar boas, mas infelizmente, não sabiam o lugar certo para passar cada creme. Então não foi muito bom esse “spa” sem falar das queridas toalhas de chão que, não sei por quê, deram uma terrível alergia nas duas. Depois desta tentativa de “spa”, o próximo foi com o conselho das mães.

Sua primeira cachorrinha foi a Keti. “Acho que não gostava de crianças, mas era a nossa amada cachorrinha”, falou-me Fernanda. Ela era muito peluda com o pelinho castanho, uma verdadeira pequinês . Depois Keti teve filhote e a família dela ficou com um deles, a GuiGui. Totalmente diferente dela com um pelo ralinho cor de caramelo, uma cachorrinha muito alegre e brincalhona. Ela era considerada o “patinho feio” da ninhada. Depois tivera o “lobo mau” Otelo, um cachorrinho bem pretinho, divertido e temperamental. Um dia seu irmão saiu para passear com Otelo em uma “florestinha”. Andavam normalmente quando ele viu um enxame de maribondo e, esperto como era, resolveu cutucá-lo. Os maribondos resolveram ir atrás de quem as cutucou. Rapidamente o garoto saiu correndo e esqueceu o cachorro que ficou parado, sendo picado…

Ela fazia parte do movimento bandeirante e em um dos acampamentos foram com suas barracas do exército e não parava de chover.  Então a chuva começou a inundar as barracas e elas, sem ter o que fazer, começaram a brincar na chuva. Imagino que as mães não tenham gostado dessa ideia.

Ela também fazia volei e conta que uma vez jogaram com meninas super fortes e grandes e que perderam por vários pontos.

Na adolescência continuou com volei que parou de treinar com 18 anos e o movimento bandeirante que terminou quando ela tinha 15 anos. Terminou a escola com 16 anos e começou a faculdade de psicologia e educação física. Trabalhou em um hospital psiquiátrico como professora de educação física, e de se trabalho tem muitas historias.

Um dia Fernanda estava no trabalho quando uma velhinha a falou “meu bem, chegue mais perto”. Fernanda foi. “Mais perto”, continuou a velinha. E assim quase que atingiu a cabaça da coitada com uma chinelada, depois dessa ela nunca mais se atreveu a chegar perto da velinha. Teve de largar a faculdade de educação física e o trabalho no hospital de psiquiatria para se dedicar somente à faculdade de psicologia. Assim, depois de terminar a faculdade de psiquiatria veio para São Paulo, capital, fazer a faculdade de artes cênicas, e foi lá que conheceu seu marido. Fez campanhas publicitárias, peças de teatro, filmes e hoje já tem vinte e dois anos de casada com seu marido, e dois filhos. Continua com peças de teatro e agora faz locuções. Com certeza este não é o fim da historia. Ainda virão muitos ventos.

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1 comentário

  1. Isabel Vergueiro

    Oii Seu relato ta muito bom! Gostei do “spa”e achei engracada a parte da velinha ;p

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